Ali bem perto
no Goiás
Um novo abrigo
Se reconstrói
Nomeado
O Dispensário
Quem mora ali?
Os dispensados?
Os esquecidos e sem lar?
Pra onde vão
os humanos que viraram móveis na sala?
De invisíveis a exilados
Além túmulo?
Ainda não
Como objetos largados pela casa
Os dispensários
sofrem com a solidão
De entes queridos, daqueles que já se foram
E se temos todos uma data de vencimento
Ter tal sentença um dia
seria como revirar as entranhas
e desalmar o coração
O que resta por fim?
Arquivo morto
prestes a virar cinzas?
Sepultados em vida
Nenhum elixir bastaria