Gravidez
Ser mãe cada vez mais tarde vira rotina de brasileiras
Publicado
emCarolina Paiva, Edição
Seja pelo momento profissional que vive, pela trajetória acadêmica ou simplesmente por ainda não ter encontrado o parceiro “ideal”, muitas mulheres escolhem deixar a maternidade para mais tarde. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2005 o número de mães entre 30 e 39 anos representava 22,5% e saltou para quase 31% em 2015.
Segundo o ginecologista Luiz Fernando Carvalho, especialista em reprodução humana, esse contexto é uma tendência, já que hoje a maioria das mulheres não abre mão de estudar, viajar e consolidar a carreira antes de pensar em casar e ter filhos.
“Isso é maravilhoso, no entanto, é preciso atenção, pois a mulher evoluiu socialmente e não biologicamente, isto é, o processo de envelhecimento do seu ovário é bem mais rápido do que o do seu corpo e da sua mente, o que acaba dificultando a gravidez espontânea após os 35 anos”, explica.
Ao optar pela maternidade tardia, a recomendação é que seja feito um check-up da fertilidade para avaliar se está tudo bem com o sistema reprodutor feminino. “Trata-se de uma série de exames e de análise clínica para diagnosticar possíveis doenças que podem causar infertilidade, como a endometriose e síndrome do ovário policístico”, ressalta Carvalho.
Para que o adiamento da maternidade seja possível e seguro, o médico indica os principais exames para identificar fatores de risco que levam a mulher a ter diminuição da fertilidade. Confira: Teste de reserva ovariana: esse exame serve para indicar a capacidade ovariana da mulher. Ele é feito a partir da coleta comum de sangue e o objetivo é medir a dosagem de hormônio antimulleriano, que estima a quantidade de óvulos da mulher.
Perfil Vaginite: por meio deste tradicional exame feminino, é possível identificar bactérias que podem diminuir as chances de engravidar. Ultrassom transvaginal: esse exame permite diagnosticar problemas uterinos que podem atrapalhar a gravidez futuramente.
Exame de toque + análise de parâmetros clínicos: a síndrome do ovário policístico (SOP) e a endometriose são doenças que podem estar diretamente ligadas à infertilidade. No entanto, não existem exames específicos para identificá-las, mas sim uma análise de fatores de risco, como cólicas muito fortes e dor durante as relações sexuais – no caso da endometriose-, e irregularidade menstrual e aumento de hormônios masculinos na circulação da mulher ? no caso de SOP. O exame de toque também é importante, pois ajuda a identificar alterações associadas a essas enfermidades.