UPA’s de Cabral e Pezão foram erguidas apenas para inglês ver
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emQuem vê o ator Diogo Vilela nos comerciais do Governo do Estado do Rio elogiando as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), acha tudo bonito e perfeito. Não imagina, porém, como é na realidade do dia a dia, quando a população procura as unidades e dão de cara na porta, porque em várias delas faltam médicos e até remédios.
Esse quadrio se agrava, lamentavelmente, quando é diagnosticado mais um problema: invariavelmente, as UPA’s estão fechadas. Ou seja, só tem fachada. É o retrato do Governo Sérgio Cabral que agora ganha um 3×4 sem retoques do seu substituto no cargo, Luiz Fernando Pezão (PMDB). No último domingo, moradores do Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro, ao procurarem a UPA local, se depararam com a unidade fechada.
Cones bloqueavam o acesso à UPA, que não estava funcionando por falta de médicos. No interior, apenas cadeiras vazias. Na UPA da Maré a situação não é diferente. Falta até pediatra em uma das comunidades mais pobres do Rio, onde vivem quase 20 mil crianças. Hoje o que a região tem são militares do Exército para “pacificar” o bairro.
Cansado de ir à UPA de Madureira, subúrbio do Rio e não encontrar pediatra, o economista e oficial da Marinha Mercante Bruno Augusto assumiu o papel de fiscal, e passou a controlar a presença dos profissionais na unidade de saúde. Ele publica tudo em um blog internet desde setembro de 2013, quando um dos filhos dele teve atendimento negado na UPA por falta de pediatra. No último dia 18 de março, após uma confusão, acabou sendo levado para a delegacia por policiais militares e autuado.
A direção da unidade médica informou que ele tentou entrar em uma área restrita e por isso os funcionários foram forçados a chamar a polícia. Bruno alegou que só teria como provar a ausência do médico se tivesse acesso ao local proibido.
“Não sei se vai ter resultado ou não, o que importa é o meu coração, é o que eu estou fazendo. A pura vontade de fazer o bem, somente isso”, disse Bruno na ocasião a jornalistas.
A Secretaria Municipal de Saúde, que fez convênio com o Governo do Estado, confirmou na época que no dia uma médica estava de licença médica e uma outra teria pedido demissão. Além disso, afirmou que havia escassez de pediatras no Rio de Janeiro.