Sérgio Moro, caçador de corruptos, como Eliot Ness caçava mafiosos americanos
Publicado
emDino Assessoria e Divulgação, via Agência Estado
O maior sucesso do cinema brasileiro tem seu roteiro escrito neste momento. Aliás, como o povo que se reunia na acrópole, nós que moramos aqui somos co-participantes da trama. Como um séquito de figurantes aguardamos o desfecho final e a chegada do mocinho e da mocinha no set.
A poucos metros de nossas casas, mas a nano-segundos das nossas cabeças nosso Elliot Ness, o mocinho, reúne, pela primeira vez: respeito, dedicação, trabalho árduo, reputação, autoridade, estratégia, perspicácia e um ritmo que vem encantando a mais exigente plateia. A cada dia, a cada prova, a cada larápio detido, obtém mais adeptos à causa.
A trama do roteiro se desenvolve a tal ponto que o desfecho final se dará num clima de comoção popular e total apoio. Que capitão Nascimento, que nada. O juiz Moro levará a toga da dignidade ao tapete vermelho com a faina de um estrategista militar e de um planejador de marketing. Nós que crescemos de olho na máfia de toga hoje vemos que estes eram aprendizes de feiticeiro perto da “cosa mostra” que está sendo desbaratada a partir de Curitiba. E o roteiro nos leva longe, até a América Central, onde estava um dos principais agentes da fase final deste filme.
Nacionalismo, feminismo, ação, suspense, reviravoltas impensáveis, crimes, mortes, fugas, corrupção, abuso de poder, oligarquias, marionetes em defesa, inocentes úteis nas redes sociais, claque de artistas, gente graúda caindo, milícias de sem-terra, sem-teto, sem-cabeça incitando ao terror?.enfim, nosso roteiro tem tudo o que precisa para um grande prêmio de academia de cinema.
Mas não pensem que fica só nisso. Ainda tem financiamento de campanhas com lucros na compra de caças cuja fornecedora que tem como parceiro um dos maiores magnatas do mundo do setor de energia. Este, comparsa de longa data da marionete bem humorada e ensacadora de vento que antes ocupava a pasta de Minas e Energia do governo Capone. Enfim, reviravoltas, intrigas e armações não faltarão.
E o desfecho, como no caso da máfia de Chicago, acontecerá não pela mão das armas, mas por uma bobagem não pensada pelos arquitetos da manutenção do poder. Como todo semideus, que se entende acima do bem e do mal e, portanto, menospreza quem está abaixo da sua linha de pança, este também vai cair pela língua e pela fanfarronice de castelos no Guarujá ou sítios com antenas particulares. Vai cair pela ostentação, vai cair por mandar o povo comprar brioches na falta de pão.