Sérvia pede socorro à Rússia em meio a ataques golpistas

O presidente sérvio Aleksandar Vucic, a primeira-ministra Ana Brnabic e o ministro das Relações Exteriores, Ivica Dacic, terão reuniões emergenciais nesta segunda, 25, com altos diplomatas russos, para buscarem uma saída contra golpistas que estão atacando instituições públicas de Belgrado há mais de uma semana, depois que o partido governista venceu as eleições no início de dezembro.

O prefeito em exercício de Belgrado, Aleksandar Sapic, disse que grupos políticos derrotados usam o mesmo modus operandi dos americanos no Capitólio (diante da derrota de Donald Trump) e na Praça dos Três Poderes, como aconteceu com os seguidores de Jair Bolsonaro, inconformados com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas urnas. “Os danos causados à Assembléia Nacional são incontáveis”, afirmou.

“Eu costumo dizer que se nos permitirmos lutar por objetivos políticos através da violência e da derrubada do Estado, em breve não teremos Estado. Agora podem ver quão verdadeiro era o termo ‘Maidanização'”, disse Sapic.

A Sérvia, desmembrada da Iugoslávia após uma coligação armada liderada pelos Estados Unidos que retalhou o país em três Estados, é parte da União Europeia, mas não ingressou na Otan. “Não podemos estar uma organização que exterminou nossas crianças, nossos civis”, sublinhou o presidente Aleksandar Vucic, numa referência aos ataques em 1999 à então Iugoslávia, na guerra com Kosovo.

O país se mantém neutro em questões militares, mas demonstra uma aproximação cada vez maior com Moscou. Naquela década (mais precisamente em 1995) aliados dos norte-americanos na Europa também atacaram a Bósnia e Herzegovina. Analistas geopolíticos avaliam que a Rússia se aproveita da crise para colocar um pé numa região europeia estratégica para o caso de um conflito em larga escala, em meio à guerra com a Ucrânia.

Veja o vídeo dos ataques

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