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Benefício congelado

Servidor do Buriti recorre a deputados contra a fome

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Bartô Ganja

Com salários defasados e o fantasma do recebimento em parcelas, além da redução sistemática de benefícios adquiridos por lei, servidores do Governo de Brasília estão assediando cada vez mais os deputados distritais.

Vira e mexe, invadem os gabinetes, batem no ombro do parlamentar, apresentam o currículo e disparam: “Me requisita; para os lados do Buriti, a coisa está cada vez mais preta”.

A perda de vantages é uma das maiores preocupações da categoria. Um exemplo é o auxílio-creche, estagnado em pouco mais de 70 reais. Agora mesmo, a Secretaria de Planejamento deu mais um golpe no servidor, ao exigir, a cada semestre, a comprovação da matrícula, o valor da mensalidade e outras despesas com creche ou pré-escola.

– Isso é um escárnio. Uma burocracia desnecessária, como se nós, servidores, quiséssemos roubar míseros 70 reais dos cofres públicos, desabafa um desorientado servidor, que prefere manter o nome sob sigilo para evitar represálias.

A portaria do Planejamento está sendo estendida a todas as secretarias e órgãos da administração direta e indireta do Governo de Brasília. “É um acinte. Nenhum outro governador, em toda a história da capital da República, maltratou tanto o funcionalismo”, ataca outro servidor, nas mesmas condições de anonimato.

Um levantamento feito por um grupo de funcionários públicos indica que o auxiílio-creche de 70 reais, congelado há vários anos, cobre apenas 10% dos custos do período anual de uma criança matriculada em creche ou pré-escola.

Já na Câmara Legislativa, a história é diferente. Para um funcionário de nível menos graduado, com salário de até 6 mil reais, o auxílio chega a 176 reais; quem ganha até 8 mil reais, tem o adicional mensal de mais de 280 reais. E salários de nível superior, fazem jus a benefícios que beiram os 500 reais.

E enquanto o Palácio do Buriti congela os benefícios, a Câmara Legislativa, reconhecendo os méritos do seus servidores, acaba de conceder um reajuste de 7% para a categoria. O índice acompanha a inflação oficial, e abrange o vale-refeição e o auxílio-escola.

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