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Servidores cercam Buriti e mandam RR baixar próprio salário

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Centenas de servidores públicos fecharam o Eixo Monumental no final da manhã desta quarta-feira (11) em protesto contra ação do Ministério Público que pede a suspensão de reajustes acordados pelo ex-governador Agnelo Queiroz com várias categorias do funcionalismo. Pouco antes das 13 horas a via foi liberada, mas ficou no ar uma ameaça: se o salário for reduzido, haverá greve geral.

O Ministério Público entrou com ação na Justiça questionando 33 leis aprovadas durante a gestão de Agnelo. Para o MP, os reajustes são inconstitucionais porque foram concedidos sem previsão orçamentária, o que contraria as leis Orgânica do DF e a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Os manifestantes – 1,5 mil, segundo a Polícia Militar – fecharam a via em frente ao Palácio do Buriti, revela o G1. O trânsito foi bloqueado na altura do Tribunal de Contas e desviado para trás do Estádio Nacional Mané Garrincha.

A presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, pediu no microfone que os servidores não liberassem a pista e disse que a PM ameaçava entrar em confronto caso eles permanecessem bloqueando o trânsito.

O tenente-coronel Márcio Vasconcelos chamou a sindicalista e disse que em nenhum momento a corporação ameaçou manifestantes. “Estamos aqui para garantir o direito de ir e vir da população e para proteger os que estão na manifestação”, disse.

Marli disse que os servidores querem que o governo respeite o que foi acordado. “Eles só têm que cumprir o que se tornou lei. Essa judialização é desnecessária”, afirmou. “Queremos que o governador resolva o problema dos servidores e as leis que foram aprovadas sejam cumpridas.”

O governador Rodrigo Rollemberg disse reconhecer o direito dos servidores de fazer o protesto, mas criticou a intervenção da via. Ele também afirmou aguardar a decisão da Justiça a respeito da ação movida pelo Ministério Público e declarou que, paralelamente, busca maneiras de aumentar a receita. Um balanço apresentado nesta terça pela Secretaria de Fazenda aponta que, mantidos os aumentos e no atual cenário, o DF tem um rombo de R$ 3,1 bilhões no orçamento de 2015.

“Primeiro, eu lamento que estejam fechando a via e incómodo para o conjunto da população. As manifestações são legítimas, mas não se deve incomodar o restante da população, que tem que se deslocar, ir para casa, ir para o trabalho”, disse.

A diretora do Sindicato dos Enfermeiros, Acássia Perpétuo, disse que a manifestação envolve 17 sindicatos de 33 categorias do funcionalismo. “Nós nos juntamos nesse ato de paralisação porque o [governador Rodrigo] Rollemberg está dando um golpe nos servidores”, disse. “Ele quer retirar nossos reajustes se escondendo atrás do MP e secretários.”

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