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Sette Câmara põe pé na porta da Fórmula 1 como piloto de testes

Foto/Arquivo Notibras

Mais novo brasileiro na Fórmula 1, Sérgio Sette Câmara ainda não sabe se terá uma oportunidade de pilotar o carro da McLaren no próximo ano. O mineiro de apenas 20 anos foi confirmado no início da semana como piloto de testes e desenvolvimento do tradicional time da Fórmula 1 para 2019, mas a sua participação nas pistas ainda é um incógnita.

“Muito do seu trabalho será baseado nos simuladores, no desenvolvimento”, desconversou o também brasileiro Gil de Ferran, diretor esportivo da McLaren, nesta quinta-feira. “Mas não será apenas isso. Vamos trazer ele para dentro da família McLaren. Ele vai ter contato com os nossos engenheiros, com tudo o que fazemos. E vai ganhar familiaridade com a equipe, com os aspectos de preparo físico, marketing e contato com a imprensa. Acho que será um programa bem completo”.

Questionado sobre a eventual participação do brasileiro em testes e treinos livres, Gil de Ferran disse que ainda é cedo para planejar estas ações. Geralmente, os pilotos de testes das equipes de Fórmula 1 ganham oportunidades em testes da pré ou da intertemporada. Às vezes, têm até a oportunidade de participar do primeiro treino livre de alguma etapa do campeonato.

“O foco principal é no desenvolvimento de suas habilidades, suas contribuições para a equipe, e também em ir bem na Fórmula 2”, disse o diretor esportivo da McLaren, que também não se disse preocupado com a ausência da Superlicença no currículo do piloto compatriota. “Acho que os pontos serão consequência. Como time, não estamos focados nisso”.

Para poder virar piloto reserva ou até mesmo titular da F-1, qualquer atleta precisa obter a Superlicença, que é conquistada quando se soma no mínimo 40 pontos nas categorias de acesso. O brasileiro ainda não tem nenhum. Mas pode atingir este número de uma vez só se terminar a temporada da Fórmula 2 entre os três primeiros colocados. No momento, Sette Câmara está em sexto lugar, faltando apenas uma etapa para o fim do campeonato, em Abu Dabi, no final de novembro.

Já envolvido com os eventos da McLaren, inclusive vestindo o uniforme da equipe britânica, Sette Câmara disse nesta quinta-feira que quer aproveitar a experiência que ganhará no tradicional time da Fórmula 1 para obter bons resultados na F-2, que disputará novamente na próxima temporada. “Acho que Fórmula 1 é a Fórmula 2 com mais complexidades. Há mais coisas acontecendo. Se eu puder fazer um bom trabalho, especificamente na pilotagem no simulador, isso vai me ajudar também na F-2”, afirmou o piloto mineiro.

“Na verdade, esse foi um dos motivos por que eu tive algumas dificuldades neste ano. É um esporte muito caro. Em comparação a outros pilotos, eu tive menos quilometragem na pista. Não é permitido fazer testes em carros da F-2, mas se pode testar outros carros de fórmula, e em bons simuladores, o que eu não fiz neste ano. Em 2019, pilotando num bom simulador, poderei me sair melhor. Acredito que quanto mais você pilota, melhor piloto você se torna. E vou trabalhar com o auxílio dos engenheiros, o que deve ter um efeito positivo na minha temporada na F-2”, comentou.

O brasileiro afirmou também que acredita estar bem preparado para assumir a função na McLaren, em comparação às temporadas anteriores, quando não tinha experiência suficiente, principalmente quando integrava o programa de jovens pilotos da Red Bull.

“A avaliação que fiz quando saí da Red Bull foi que eu não estava preparado ainda para aquela oportunidade, em termos psicológicos. Achava que era tudo ou nada. Faltou calma. Na verdade, tinha muita coisa para acontecer ainda. Precisei entender que o que importa é o resultado”, completou Sette Câmara.

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