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Ratatatá..CHI!!!

Sexta Santa e o incrível ‘causo’ do ‘demonho’

Publicado

Autor/Imagem:
Gilberto Motta - Foto Irene Araújo

Na Sexta Sagrada eu fui. Minhoca, vara e puçá. Na beira do grande rio logo fui me acocorá. Sexta-feira é dia santo. É hora de refletir.

Guardar o luto do Cristo sem nada em troca pedir.

O pai contava esse “causo” e jurava ser assim. Do som medonho na tarde que caia trovejando. Sem mais o tempo virou; de Sol lindo e céu azul, a noite se aproximou o barulho era sem fim…

Ratatatá…Ratatatá..CHI!!!

Era um som tão medonho que lhe dava calafrio. No dia sagrado as pragas já estavam de sobreaviso.

Ratatatá…Ratatatatá…CHI!!!

O pai recolheu as varas e carpiu o chão do estradão. O corpo gelado de medo e o suor no coração.

“Perdão, meu Jesus Cristinho, pela minha incorreção. Era dia de resguardo e zombei da sua paixão. Deixa eu vortá pra casa, prós fininho e a patroa. Prometo nos outros ano deixar de ser tão a toa”

Falando essas palavras sem nem pensar no caminho, o pai nunca olhou pra trás temendo grande castigo. Levou com ele pra vida, aquele pavor no olho, na alma arrependimento o nos ouvidos o som do demonho.

Ratatatá…Ratatatá…CHI!!!!

Pois veja só o fiel dos fatos. Na fuga o pai nem notou, na curva abaixo no rio um pau de árvore enroscou. Em cima um pica-pau batia o bico e furava. O som soava medonho, como se fosse de metralha. E quando o bico do pássaro ficava vermelho, em brasa, pra aliviar o cansaço, ele na água esfriava…CHI!!!!

Depois de tantas andanças, não sei se é fato ou invenção. Mas sei que nesse mundo veio sem porteira, eu tive um pai contador. Contador de ilusão.

Falou dos “causos” da vida, da vida que Deus mandou e eu jamais esqueci das coisas que o pai falou.

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