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Silicone industrial faz nova vítima e PMMA leva culpa

A morte da jornalista e modelo Lygia Fazio, 40 anos, em decorrência de um AVC, reacendeu as fake news em relação ao PMMA, implante líquido aprovado pela Anvisa para correção facial e corporal e adotado inclusive pelo SUS com essa finalidade.

Lygia deixou claro em entrevistas, pouco antes da sua prematura morte, que fez volumização corporal com médico que usava PMMA registrado na agência de vigilância sanitária. Porém, buscando maior volume, recorreu ao mercado clandestino de estética e aplicou silicone industrial.

“O namorado falando que bunda grande é melhor… aí fui no clandestino, coloquei e cresceu. Mas o produto parece que anda no corpo, desce para as pernas”, comentou Lygia. Ela admitiu que injetou mais de 3 litros de silicone industrial no corpo, produto que não tem uso médico e nem mesmo cosmético.

A modelo foi mais uma vítima do mercado clandestino de estética que usa silicone industrial. A médica Luiza Rocha, professora da primeira pós-graduação em preenchimentos definitivos, aprovada pelo MEC no Brasil, explica sobre a segurança do PMMA em procedimentos realizados por médicos.

“O PMMA brasileiro aprovado pela Anvisa é considerado o melhor PMMA do mundo. Complicações como rejeição, migração e alergias não acontecem com o PMMA, não existe essa possibilidade. O PMMA induz o nosso corpo a produzir um tecido rico em colágeno, portanto sua consistência final é sólida (microesferas + tecido de colágeno), não havendo possibilidade de migração do local em que foi aplicado”, diz Luiza Rocha.

Sobre o uso de silicone industrial, que é utilizado para limpeza e lubrificação de objetos, a médica ressalta: “A migração acontece com substâncias clandestinas que possuem consistência de gel ou óleo, e que são incompatíveis com o corpo, como silicone industrial e hidrogel – o mesmo usado pela modelo Andressa Urach que trouxe uma série de complicações graves. Nossa clínica trabalha com PMMA desde 2015 e nunca tivemos nenhum tipo de complicação dessas citadas, pois elas não existem com o PMMA, não há nenhum relato existente na literatura”.

As autoridades foram alertadas em 2021 pelo médico Honório Menezes em nome de associação médica acerca do mercado clandestino de estética com uso de silicone industrial e associação equivocada a procedimentos médicos com PMMA, levando a Anvisa a emitir Nota Técnica onde pontua ser “muito importante ressaltar que, conforme informações aprovadas nesta Agência, o produto deve ser administrado por profissionais médicos treinados. Para cada paciente, o médico deve determinar as doses injetadas e o número de injeções necessárias, dependendo das características cutâneas, musculares e ósteocartilaginosas de cada paciente, das áreas a serem tratadas e do tipo de indicação”.

Na mesma nota, a Anvisa também esclarece que o produto não é contraindicado para aplicação nos glúteos para fins corretivos. Porém, não há indicação para aumento de volume, seja corporal ou facial. Cabe ao profissional médico responsável avaliar a aplicação de acordo com a correção a ser realizada e as orientações técnicas de uso do produto”.

Percebe-se, assim, que a Anvisa deixa clara a importância de se fazer procedimentos com produtos aprovados e registrados pela Agência e com médicos capacitados. Enquanto isso, lamenta-se mais uma vida perdida ao mesmo tempo em que e o mercado de fake news sobre PMMA segue disseminando pânico na população, ao invés de alertar sobre os perigos do silicone industrial.

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