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‘Rezava para alguém me resgatar’, diz jovem que caiu da Ponte

A jovem Marina Pinto Borges, de 22 anos, que caiu da Ponte Rio-Niterói após capotar com o carro na segunda-feira, disse que a adrenalina e a vontade de viver a salvaram. A estudante de Engenharia afirmou que ficou 20 minutos boiando até o resgate chegar. “Não sei de onde veio a minha força, acho que foi Deus, além da adrenalina. Eu não sentia nada, só rezava para alguém chegar logo e me resgatar”, disse a jovem.

Marina, que teve alta do CTI do Hospital Pasteur, no Méier, na quinta-feira, já está conseguindo andar, mas disse que sua ficha ‘ainda não caiu’. “Não processei ainda tudo o que aconteceu porque estou bem fisicamente, não apareceu nada”, declarou a estudante. Ela afirma que não se lembra de muitos detalhes do acidente, só que teria desviado de um carro que freou bruscamente na sua frente. Seu automóvel, um Sandero, capotou sete vezes até cair de uma altura de cerca de 50 metros.

“Não guardo mágoa do motorista que freou, ele não teve culpa. Se alguém teve, fui eu, que virei o carro bruscamente. Mas acho que fui vítima de uma fatalidade. Agora, quero voltar para a minha rotina, estudar e trabalhar. Não vou ter mais gás para viver agora, porque isso sempre tive”, disse. Marina sofreu uma pancada no pulmão e teve trauma no baço, que teve que ser retirado. Ela está em observação e fazendo fisioterapia.

Segundo o coordenador médico da CCR Ponte, Diogo Telles, por conta da retirada do órgão, que é responsável por produzir anticorpos, Marina terá que ser vacinada todos os anos contra doenças infecciosas, como pneumonia. “Isso, visto toda a cinemática do acidente, deixa de ser algo grave. Ela se saiu muito bem”, afirmou.

De acordo com Telles, Marina devia estar de cinto de segurança no momento do acidente, o que a protegeu durante a queda dentro do veículo. Depois disso, deu braçadas em direção às pilastras da ponte, mas quando viu que a maré estava contrária, decidiu boiar para não se cansar. “Além do cinto e da sorte, sua jovialidade e a força de sobrevivência, que bloqueia algumas sensações, como a de dor, foram fundamentais. Nunca vi uma pessoa vencer em situações de risco como essa. Esse acidente pode ficar para a história da Ponte”, disse.

 

 

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