Cartografia do vazio interior
‘Solidão que sufoca e não diz nada é um grito sem eco que a alma divaga’
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Na sala escura, em meio ao silêncio cortante,
O relógio parece parado em um único instante,
Cada tique-taque, batendo vagarosamente,
Marca a solidão, que consome dolorosamente!
O vento que sopra à minha janela,
Finge ser companhia, mas logo desaparece,
A lua desvia o olhar, expondo minhas mazelas,
As estrelas fogem, em meio às nuvens espessas;
Dentro de mim há um quarto vazio, deserto,
Onde os passos ecoam sem um destino certo,
Retratos de risos que um dia foram sinceros,
Agora são sombras de um tempo pregresso;
Eu queria ser um pequenino passarinho,
Que voa ao vento, sem sentimentos conflitantes,
Mas sou apenas um verso esquecido,
Na página rasgada de um livro distante;
A solidão é um silêncio apertado,
Que sufoca o peito, mas não diz nada,
É um copo transbordando o imenso vazio,
E um grito sem eco que a alma divaga.
