Fazer samba não é contar piada. E que faz samba assim não é de nada. O recado de Vinicius de Moraes continua aí, de boca em boca. E o Coletivo Do Quadrado mostra isso mais uma vez na terça, 14, no Teatro Sesc Garagem, com show que os críticos consideram imperdível.
O espetáculo é parte do projeto Som de Pretu, que vai mostrar a força e a beleza da música autoral negra do Distrito Federal. Estarão no palco os artistas que mais têm feito o público cantar e dançar nos últimos tempos, como o Samba de Marola, Contém Dendê e Be Bel. Como participações especiais, o poeta do rap GOG e de Nat Afonso.
O Coletivo Do Quadrado foi criado em 2015 por artistas da música, do teatro, do audiovisual, da poesia, das artes plásticas e de outros ramos da cultura da capital da República. O objetivo do grupo é reforçar a divulgação e valorização da produção autoral, reafirmando a tradição artística do Distrito Federal.
Confira as atrações:
Be Bel
Um dos criadores do Coletivo Do Quadrado, Be Bel é um poeta carioca, radicado em Brasília, que tem mais de 500 composições e está na reta final para o lançamento de seu próximo disco. É conhecido pela voz forte e aveludada, que parece ter sido feita para cantar o samba, o soul, o ijexá, o blues, o rock e outras vertentes da música negra. Com um toque de violão peculiar e muito suingado, Be Bel é também produtor, arranjador e tem entre os trabalhos a direção musical do belo disco “O Leve”, da dupla brasiliense Tatá e Danú.
Contém Dendê
Criada em 2016 para integrar o espetáculo PENTES – peça que aborda as relações raciais e a identidade da mulher negra através do cabelo crespo – a banda Contém Dendê ficou. Ficou não só porque toca muito. A Contém Dendê também ficou pra representar as mulheres negras na música, ficou porque faz música autoral de qualidade e põe o povo pra dançar e cantar em todos os espaços por onde passa com seu som vibrante e altamente percussivo. Na terça-feira, Anne Caroline Vasconcellos, Bruna Tassy, Fernanda Jacob, Fernanda Pinheiro, Larissa Umaytá, Letícia Fialho e Sam Defor mostram tudo isso no Som de Pretu.
Samba de Marola
O Coletivo Samba de Marola vai fechar em grande estilo a noite Som de Pretu. Ele traz em sua essência a união da arte com a cultura, lazer e entretenimento, globalizando todas as manifestações da cultura popular, em especial o samba. Atualmente o Coletivo vem movimentando a Praça Central do Conic todas as segundas-feiras, a partir das 19h30, com uma roda de samba gratuita no coração da capital federal. Considerado um ponto de encontro de todas as camadas sociais, o Samba de Marola abraça uma bonita e importante presença de pessoas em situação de rua ao lado dos músicos que compõem a roda, em total comunhão, fortalecendo a ideia de que é um evento democrático, livre e colaborativo. No Som de Pretu, o público vai ter a chance de ouvir e sambar ao som de um repertório especial, incluindo músicas autorais do grupo que é formado por Chico Teixeira (tam tam e voz), Leandro Sant’Anna ( tamborim e voz), Bebeto Freire (percussão geral), Davi Senna (pandeiro), Guilherme Valério (repique de mão e caixa), Pedro Molusco (cavaco e voz), Dudu Sete Cordas (violão), André Costa (bateria) e Rômulo Chagas (surdo).
GOG
O rapper e poeta GOG, nascido em Sobradinho, é um dos pioneiros do movimento rap no Distrito Federal. Seu último álbum “Mumm ra high tech”, é o 11º da carreira. Em 29 anos de carreira, sempre batalhou pela a produção independente no hip hop. Inicialmente era B-boy, e, hoje, altamente politizado, é militante incansável das “causas e das canções” que o comovem, sendo o primeiro cantor de rap nacional a abrir o seu próprio selo, pelo qual produziu e lançou ótimos trabalhos seus e de outros importantes grupos do Distrito Federal e Entorno. Para além do compromisso social, o compromisso com seu trabalho artístico e com os artistas que colocou no mercado, GOG tem um currículo extenso de estrada, com dez discos lançados e diversos prêmios. Na noite do Som de Pretu, ele fará uma participação especial no show de Be Bel.
Nat Afonso
A compositora, cantora e rapper Nat Afonso começou a carreira no grupo Turbanas, formado por mulheres negras que cantavam a dura realidade das periferias do DF e de seus habitantes, sempre com o discurso voltado ao empoderamento feminino e contra todas as formas de exploração, preconceito e discriminação. Com uma linda voz e forte presença de palco, a artista conquista o público já nos primeiros acordes de seu canto. Com várias apresentações em temporadas do Coletivo Do Quadrado, Nat Afonso é uma das grandes revelações da música do Distrito Federal.
Serviço
Som de Pretu
Onde: Teatro Sesc Garagem (913 Sul)
Quando: 14 de novembro de 2017
Horário: a partir de 19h30
Entrada R$ 20 a inteira, R$ 10 a meia
Classificação indicativa: 14 anos