O Sonhar, ou Mundo dos Sonhos, é o reino governado por Morpheus, Sonho ou Sandman (entre outros nomes). Não se trata de um mundo físico como a Terra. Para onde você vai quando dorme é um questionamento que atiça nosso estado de relaxamento e nos coloca nos braços de Morfeu. Segundo a mitologia grega, Morfeu era um deus filho de Hipnos, o deus do sono. Assim como o seu pai, ele dispunha de grandes asas que o fazia vagar silenciosamente pelos mais distantes lugares do planeta Terra. Mas, o sono seria a morte sendo tímida ou nossa imaginação desenfreada e livre do peso da vida?
Quando fechamos os olhos e mergulhamos no sono, somos transportados para um mundo misterioso e fascinante, onde o inconsciente reina soberano. Este reino onírico é repleto de cenários surrealistas e histórias que, por vezes, desafiam a lógica e as leis da física. Diz-se que uma pessoa vive em um mundo onírico, quando aparenta ser “desligada” da “realidade”, caracterizando-se como um indivíduo imaginativo ou criativo – tipo esse escrevinhador que rabisca umas linhas quase sempre desafiadoras e sonhadoras.
Nossos sonhos podem nos levar a lugares nunca antes imaginados, onde encontramos pessoas conhecidas e desconhecidas, revivemos momentos do passado ou vislumbramos futuros possíveis. Este é um espaço onde as regras do cotidiano são subvertidas, permitindo que a mente explore novas possibilidades e resolva questões internas de formas criativas e simbólicas.
Durante o sono, passamos por diversas fases, cada uma desempenhando um papel crucial no funcionamento do nosso corpo e mente. É na fase do sono REM (Rapid Eye Movement), por exemplo, que a maioria dos sonhos vividos ocorre. Neste estágio, o cérebro está altamente ativo, quase como se estivéssemos acordados, mas o corpo permanece paralisado para impedir que atuemos fisicamente os nossos sonhos. Este é um período essencial para a consolidação da memória, o processamento emocional e a manutenção da saúde mental. As aventuras noturnas que experimentamos durante o REM são um reflexo de nossos desejos, medos e experiências, oferecendo um vislumbre profundo do nosso ser interior.
Desvendar o destino de nossa mente durante o sono continua a ser um dos grandes mistérios da ciência. Embora muito já tenha sido descoberto sobre os processos neurológicos e psicológicos envolvidos, a essência e o significado dos sonhos permanecem em grande parte elusivos. Alguns acreditam que os sonhos são meramente subprodutos da atividade cerebral, enquanto outros veem neles mensagens profundas e simbólicas do inconsciente. Independentemente da interpretação, uma coisa é certa: quando dormimos, embarcamos em uma jornada única e pessoal, explorando territórios internos que são tão vastos e complexos quanto o próprio universo.
*João Moura é Designer Thinker e observador da anatomia de governos e sociedade.