Curta nossa página


Chovendo no molhado

STF caga em Moro, suja Bolsonaro e limpa Lula

Publicado

Autor/Imagem:
Major-brigadeiro Jaime Sanchez*

Ao assistir na terça, 23, meu Comandante Supremo utilizar as redes de televisão em cadeia nacional para falar por 4 minutos sobre a terrível pandemia que assola o Brasil, tentando inutilmente, a meu juízo, alterar a percepção do cenário de caos político e sanitário de que é acusado 24 horas por dia pela imprensa escrita, falada e televisiva.

Apresentou dados e ações do governo que, ato contínuo, foram contestados e utilizados no sentido contrário pelos “especialistas” da CNN Brasil e que deve ter ecoado da mesma forma e intensidade nas demais emissoras.

Cresceu em mim a incompreensão pela não utilização dessa valiosa ferramenta de comunicação, com a frequência necessária, desde o início do seu mandato, para denunciar a podridão que encontrou nas instituições nacionais e fornecer à opinião pública dados sobre as realizações da sua equipe, mostrando a outra face da moeda vendida pela mídia desmamada.

Para agravar a frustração, soma-se o fato da sua alocução ter ocorrido apenas 2 horas após a disléxica ministra Carmen Lúcia alterar seu voto para considerar tendencioso o julgamento do ex-juiz Sérgio Moro no caso do triplex do Guarujá, intenção que já havia anunciado e que poderá ter reflexo sobre processos já sentenciados contra o mega ladrão e outros criminosos.

Suas justificativas por essa mudança de entendimento foram calcadas em provas ilícitas, roubadas por meio de atos ilegais, ao arrepio do Art. 157, do CPP: “São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais”; e do Art. 5º, inciso LVI, da Constituição Federal: “são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos”.

Uma pergunta crucial se faz necessária: se o ministro Gilmar Mendes pediu vistas desse mesmo processo em 2018, quando perdia por 2×0, para aguardar um momento mais propício para a sua causa, por que o ministro Kassio retornou tão rapidamente ao plenário da 2ª Turma, sabendo, como todos nós, que a ministra Carmen Lúcia iria mudar seu voto? Por que não esperou, como Gilmar, por exemplo, até uma nova e previsível condenação de Lula por crimes muito mais graves do que esses “pequenos deslizes” ou por que não esperar passarem as eleições de 2022?

Das duas uma. Ou não estou percebendo uma grande jogada estratégica, ou foi apenas mais um gol contra do nosso zagueiro-artilheiro. Mais uma dúvida assalta minha ignorância: se na visão distorcida dos vassalos de toga o fato de serem colhidas ilegalmente não invalida as provas do “crime” de Moro ao trocar mensagens com procuradores, como podem invalidar as penas que resultaram de confissões dos presidentes das empresas corruptoras e dezenas de outras testemunhas, além das incontáveis e irrefutáveis provas materiais e documentais do crime cometido pelos beneficiários desse estupro jurídico?

Segundo palavras do ministro Lewandowski, o ex-juiz teria cometido abuso de autoridade. Nessa toada, provavelmente estaremos assistindo ao triste caso do bandido que prendeu o xerife. O ficha-suja que virou ficha-limpa e vice-versa ou o poste derrubado por fazer xixi no cachorro.

Bretas que se cuide, porque os “justiceiros” em breve partirão ao seu encalço por ousar prender seus amigos.

Portanto, mais uma vez foi mantida a tradição da Guardiã da Carta Magna de defecar sobre ela e ainda limpar-se com as suas páginas, principalmente as que contêm as cláusulas pétreas, cujas folhas devem ser as mais suaves.

Em novembro de 2019, a revista Veja publicou uma reportagem onde os hackers criminosos que copiaram mensagens privadas e as entregaram para o site Intercept divulgar, em parceria com outros veículos de imprensa, declararam que “a incursão foi pautada exclusivamente pelo senso de justiça para atingir dois objetivos bem definidos: libertar o ex-presidente da prisão e anular os processos da maior operação de combate à corrupção de todos os tempos.

Como são hackers e não pitonisas, basta ligar essas declarações às medidas incompreensíveis, em cadeia, adotadas por diversos ministros do STF ao longo desse tempo, para concluir que tudo isso é parte do golpe de Estado em andamento para a deposição do presidente, e que a manobra atual representa uma senha para os advogados de defesa dos seus protegidos pleitearem a anulação das sentenças de dezenas de criminosos do colarinho branco.

Se após a facada de Juiz de Fora; as pesquisas falsas dos institutos comprados; os ataques sucessivos da mídia; as manobras políticas do “Botafogo” e do Davi “Alcalheiros”; os recursos dos puxadinhos do PT; as investidas internacionais sobre a Amazônia; os boicotes do Covil de Ali Babá e os contorcionismos mirabolantes da Suprema Casa da Mãe Joana, nada der certo, resta o tiro de misericórdia por meio das urnas eletrônicas, já com sua aplicação amaciada pela “inconstitucionalidade” do voto impresso, decretada por suas majestades sob a alegação da violação do sigilo do voto.

Acordem, parlamentares. Vossas excelências são os representantes do povo e a instituição autorizada a fazer justiça por meio da única ferramenta incluída nessa Constituição desmoralizada, elaborada sob encomenda por corruptos e comunistas repatriados e anistiados pelos benevolentes “ditadores” militares e não será por falta sinalização da sociedade.

Brasil acima de tudo, Deus acima de todos.

*Coordenador do grupo Guardiões da Nação
.

Publicidade
Publicidade

Copyright ® 1999-2024 Notibras. Nosso conteúdo jornalístico é complementado pelos serviços da Agência Brasil, Agência Brasília, Agência Distrital, Agência UnB, assessorias de imprensa e colaboradores independentes.