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Suíça investiga bancos por facilitar lavagem de dinheiro da corrupção na Petrobras

O governo da Suíça abriu investigação contra três bancos do país por falhas no controle de contas de ex-diretores da Petrobras que usaram a praça financeira de Genebra e Zurique para lavar dinheiro de corrupção. Essas instituições podem ser punidas por não ter adotado os devidos processos para evitar os crimes financeiros relacionados aos valores derivados de desvios na estatal brasileira.

Ao jornal “O Estado de S. Paulo” , o porta-voz da Autoridade de Supervisão do Mercado Financeiro da Suíça (Finma), Tobias Lux, informou que a entidade esteve em contato com “diferentes bancos e agentes de valores mobiliários diante do caso de corrupção ligado à Petrobras”. Segundo ele, “vários” bancos foram investigados e se concluiu que, na maioria dos casos, as instituições cumpriram com as regras de combate à lavagem de dinheiro.

No início do ano, o Ministério Público da Suíça informou que mais de 300 contas com valores que superam os US$ 400 milhões em cerca de 30 bancos foram congeladas como resultado das investigações sobre corrupção na Petrobras. Nas delações de alguns dos envolvidos, bancos como Pictet, HSBC, Joseph Safra, Julius Baer e outros foram citados como tendo sido usados para transferir milhões de dólares.

Em março de 2014, alguns desses bancos foram orientados a congelar as contas de correntistas ligados à Petrobras. Em 2015, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) também teve sua conta bloqueada no Julius Baer.

Paralelamente, a agência reguladora dos bancos decidiu agir. Duas perguntas foram enviadas aos bancos: até que ponto as instituições controlaram a origem do dinheiro e se, uma vez detectado os problemas, se o caso foi informado às autoridades judiciárias.

Um grupo menor de bancos, porém, foi alertado para o fato de que seu sistema de controle precisaria passar por melhorias imediatas. A agência vai exigir medidas e monitorar esses casos

Mas, em setembro, foram as conclusões sobre três bancos que chamaram a atenção da agência reguladora. “Para três bancos, a Finma constatou a falta de dispositivos para lutar contra a lavagem de dinheiro”, explicou Lux, que se recusou a dar os nomes dos bancos implicados.

Pela lei, a Finma poderá confiscar lucros e impor proibições a bancos que sejam julgados como não tendo cumprido as exigências de impedir a lavagem de dinheiro. Em casos extremos, um banco pode até mesmo ser obrigado a fechar, algo que jamais ocorreu na Suíça. A entidade também exigirá maior transparência dos bancos no futuro.

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