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Supremo contra a parede. É tirar ou tirar Renan

Marta Nobre

O ministro Marco Aurélio de Mello, que determinou o afastamento de Renan Calheiros da presidência do Senado, advertiu seus pares do STF, nesta quarta-feira, que a única alternativa é acatar a liminar concedida na segunda-feira, 5. “Vocês (os ministros) não podem manchar sua biografia”, disse, dirigindo-se ao plenário do Supremo, nominando um por um os ministros presentes.

Marco Aurélio acusou Renan, Jorge Viana (vice-presidente) e Vicentinho (1º Secretário) de agirem como criminosos ao se negarem a receber a notificação do oficial de justiça. “É um desrespeito do Supremo; é uma atitude inconcebível, intolerável e grotesca”, afirmou.

Veja trechos do voto de Marco Aurélio, onde ele cobra responsabilidade dos demais ministros:

“Os ocupantes de cargos integrantes da linha sucessória da presidência da República jamais poderão exercer o encargo de substituição [do presidente] caso estejam respondendo a processos penais”, disse o ministro.

“Tempos estranhos os vivenciados nessa República”, disse Marco Aurélio no julgamento desta quarta-feira. “Pensa o leigo que o Senado da República é o senador Renan Calheiros. Ante a liminar cancelou-se não só encontro natalino, como cancelou-se no dia de ontem a sessão plenária, procedendo-se de igual forma quanto à sessão de hoje”, afirmou o ministro.

“Caso provocação haja (ao Senado, com a determinação de afastar Renan) esta está na inconcebível, intolerável, grotesca postura de desrespeitar ao extremo ordem judicial. Recusar até mesmo, já não digo o cumprimento, o simples ‘ciente’ nos mandados de notificação expedidos”, disse o ministro.

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