Felipe Meirelles, Edição
Marcelo Odebrecht, já condenado pelo juiz Sérgio Moro a 19 anos de prisão, teve negado neste terça-feira, 26, mais um pedido de habeas-corpus impetrado no Supremo Tribunal Federal que tentava sua liberdade. Em compensação, dois dos ex-dirigentes da empreiteira – Márcio Faria e Rogério Santos – passarão a cumprir prisão domiciliar a partir desta quarta, 27, mas com uso de tornozeleiras.
Sobre Marcelo Odebrecht, a segunda turma decidiu, por 3 votos a 2, manter a prisão preventiva. Em seu voto a favor da manutenção da prisão, o ministro Teori Zavascki, relator da operação Lava Jato no Supremo, disse que Odebrecht tentou perturbar a investigação e tentou obter apoio político e destruir provas com a ajuda de subordinados.
Marcio Faria e Rogério Santos passaram a ser investigados em setembro de 2014, depois que o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, um dos delatores do caso, os relacionou à abertura de contas secretas na Suíça, abastecidas com US$ 23 milhões, segundo a investigação.
A Odebrecht é suspeita de participar do chamado clube das empreiteiras, que se organizavam para fraudar contratos com a Petrobras, de acordo com o Ministério Público Federal e a Polícia Federal. Segundo o MPF, a Odebrecht tinha um esquema “sofisticado” de corrupção ligada à estatal, envolvendo pagamento de propina a diretores da Petrobras por meio de contas bancárias no exterior. A empresa nega.