Pegadas antigas recém-descobertas na costa sul do Cabo da África do Sul forneceram informações valiosas sobre o movimento e o comportamento de nossos ancestrais humanos. Elas variam em idade de 71.000 a 153.000 anos, e seriam as mais antigas já atribuídas ao Homo sapiens.
As descobertas contribuem para um número crescente de icnositos hominídeos – descritos como locais com rastros e outros vestígios – na África, desafiando a crença de que tais locais sempre foram raros.
Anteriormente, apenas quatro locais na África foram relatados, dois na África Oriental (Laetoli na Tanzânia e Koobi Fora no Quênia) e dois na África do Sul (Nahoon e Langebaan). No entanto, a recente descoberta de sete icnositos hominídeos recentemente datados na costa sul do Cabo expandiu a contagem para 14, formando um aglomerado sul-africano de nove locais.
Existem diferenças notáveis entre os grupos de pistas da África Oriental e da África do Sul. Os sítios da África Oriental são muito mais antigos, com pegadas feitas por espécies anteriores, como australopitecíneos, Homo heidelbergensis e Homo erectus.
No entanto, os sítios sul-africanos, atribuídos ao Homo sapiens, são mais jovens e normalmente encontrados em rochas expostas conhecidas como eolianitos, que são dunas antigas transformadas em formações cimentadas.
Embora os sítios sul-africanos sejam menos bem preservados devido à exposição e erosão, eles podem ser datados usando luminescência opticamente estimulada, um método que mede o tempo desde a última vez que o sedimento foi exposto à luz solar.
Os pesquisadores esperam novas descobertas de icnositos hominídeos na costa sul do Cabo e outras regiões costeiras, com a busca se expandindo para depósitos mais antigos, variando de 400.000 a mais de 2 milhões de anos. Essas investigações em andamento fornecerão aos cientistas uma compreensão mais ampla de nossos ancestrais e dos ambientes que eles habitavam.