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Hábitos perigosos

Tabagismo e obesidade aumentam o risco de trombose

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Ludimila Honorato

Nesta sexta-feira, 13, é lembrado o Dia Mundial da Trombose, que conscientiza sobre os riscos, necessidade de diagnóstico precoce e tratamento dessa doença que pode causar infarto e embolia pulmonar.

Nos últimos anos, a trombose, caracterizada pela obstrução de veias com a formação de coágulos de sangue, tem sido associada à ingestão da pílula anticoncepcional, o que leva algumas mulheres a buscarem alternativas.

Outros hábitos ou situações, porém, podem desencadear a doença e é preciso estar atento aos sintomas e fatores de risco. Só no ano passado, 65 mil brasileiros foram afetados pela doença de acordo com o Ministério da Saúde.

A hematologista Suely Resende, professora do departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e membro do conselho diretor da Sociedade Internacional de Trombose e Hemostase (ISTH, na sigla em inglês), aponta que é importante diferenciar a trombose arterial da trombose venosa.

A primeira é a mais conhecida e provoca o entupimento da artéria, que pode desencadear um acidente vascular cerebral se isso ocorrer no cérebro, por exemplo. Já a segunda vem por conta da obstrução das veias, principalmente nas pernas e coxas.

“As duas doenças são a terceira maior causa de mortalidade cardiovascular. Muitas vezes, o médico desconhece, passam despercebidas. A pessoa pode ficar a vida toda sem diagnóstico”, alerta a especialista.

Risco nas mulheres – A especialista da ISTH explica que os hormônios femininos, principalmente o estrogênio, diminuem a ação anticoagulante no corpo. Por isso, mulheres que usam pílula ou fazem reposição hormonal podem ter mais chances de desenvolver trombose venosa.

Nem toda mulher, porém, terá a doença por conta da pílula, cuja incidência é baixa segundo o ginecologista Rogério Bonassi, presidente da Comissão de Anticoncepção da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). Em entrevista ao E+ sobre métodos alternativos de contracepção, ele diz que “não chega a dez casos para cada 10 mil mulheres”.

Outros fatores – Pessoas que fumam, obesas, sedentárias ou que sofrem de diabetes e hipertensão também podem desenvolver trombose. “Não se entende bem o que acontece, mas esses fatores influenciam na formação da placa que eleva a obstrução na veia (aterosclerose)”, diz Suely. No caso do tabagismo, a nicotina atua dessa maneira.

Ficar muito tempo parado, na mesma posição, é peça-chave para a obstrução nas veias. Um exemplo dado pela especialista é quando pacientes ficam muito tempo internados e não conseguem se movimentar.

“É preciso oferecer uma profilaxia (prevenção), que são as medicações anticoagulantes”, orienta a médica. A recomendação é ainda mais importante quando a pessoa tem alto risco de trombose.

Genética – Além dos fatores já mencionados, há ainda a possibilidade de a pessoa ter predisposição genética para a trombose. Neste caso, é preciso evitar ao máximo os ricos anteriores. “Qualquer mulher que tem histórico na família não deve usar anticoncepcional”, orienta Suely.

Nessa chamada trombofilia hereditária, ocorre mutações nos genes de proteínas da coagulação, ou seja, há deficiência de anticoagulantes naturais, explica a hematologista. Esses casos, porém, são raros e atingem de 30% a 40% das pessoas, enquanto a doença por fatores adquiridos (citados anteriormente) é mais comum e afeta de 50% a 60% das pessoas.

Prevenção e tratamento – Mesmo que seja identificado que a pessoa tem predisposição genética para desenvolver trombose, não é certo de que terá. Neste caso, e se houver fator de risco, o médico pode orientar e prescrever algum medicamento. O mesmo vale para o tratamento, feito com remédios anticoagulantes a partir do diagnóstico – que pode ser feito através de exame laboratorial e de imagem.

É importante não deixar que os sintomas passem despercebidos. Falta de ar súbita com dor no peito (embolia pulmonar) ou dores e vermelhidão nas pernas (trombose venosa) podem ser indicativos de que algo está errado.

Por afetar, principalmente, as veias das pernas e coxas, a hematologista orienta movimentar os membros inferiores com frequência. Em uma viagem longa, por exemplo, em que se tem de ficar sentado por muito tempo, tirar uns minutos para caminhar e fazer o sangue circular é importante.

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