Após 17 angustiantes dias e mais de mil e seiscentos quilômetros percorridos, a orca J35, também chamada de Tahlequah, finalmente deixou o corpo de seu filhote morto descansar nas águas do Oceano Pacífico.
Tahlequah havia dado à luz em 24 de julho, mas seu bebê viveu por apenas algumas horas. Desolada, a fêmea começou levar o corpo inerte para a superfície e ainda carregá-lo por onde ia. Ela tentou até dar algumas mordidas leves em sua barbatana, como se estivesse tentando acordá-lo.
Ken Balcomb, fundador do Center for Whale Research (CWR), entidade que monitora a população de orcas na região, disse à CNN que tanto a orca mãe quanto sua família sabiam exatamente o que estava acontecendo e que o processo todo era uma forma do grupo de vivenciar o luto.
Os cientistas, no entanto, estavam preocupados que J35 pudesse ficar doente por carregar o corpo do filhote, gastando energia e se alimentando mal nesse tempo.
Tahlequah e sua família são parte da comunidade de orcas residentes do sul, um grupo de animais que vive na porção nordeste do Oceano Pacífico entre a costa americana e canadense. O grupo, no entanto, está sob risco de extinção, já que a pesca predatória e o alto trânsito marítimo na área têm feito a população declinar de forma dramática.
De acordo com a última atualização feita no site da CWR, Tahlequah foi avistada neste domingo, 12, perseguindo um cardume de salmões (o principal alimento das orcas da região). Segundo os cientistas que fizeram a observação, ela estava bastante ativa, aparentando boa saúde e com um comportamento descrito como “brincalhão”, o que foi considerado um bom sinal.