Thiago Marcolini
Brasília teve a segunda menor variação mensal na inflação medida pelo Índice Nacional de Pesquisa ao Consumidor Amplo (IPCA) e pelo Índice Nacional de Pesquisa ao Consumidor (INPC) entre 13 localidades pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em abril – ficou atrás apenas de São Paulo nos dois casos.
No acumulado do mês, o IPCA variou 0,43%, e o INPC, 0,39% — contra 0,61% e 0,64% da média nacional. Os números fazem parte de pesquisa divulgada nesta quarta-feira (11) pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan).
No acumulado do ano (janeiro a abril de 2016), a inflação de Brasília, de 2,18%, é a menor entre os locais pesquisados. A média nacional ficou em 3,25%. Já no acumulado de 12 meses, apenas o IPCA de Brasília ficou abaixo do restante do Brasil – variou 8,34%, contra 9,29% da média nacional. O INPC teve acréscimo de 9,83% no mesmo período, pouco acima dos 9,58% das outras capitais.
Além de Brasília, foram pesquisados os índices nas seguintes cidades: Belém, Belo Horizonte, Campo Grande, Curitiba, Goiânia, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória.
Enquanto o IPCA leva em consideração famílias com rendimento de até 40 salários mínimos e residentes de regiões urbanas, o INPC baseia-se em famílias de até cinco salários, também da área urbana.
IPCA – Foi o menor índice de abril em Brasília desde 2009. Na avaliação do mês, o setor de comunicação teve a maior variação (2,43%), impulsionado principalmente pelo ramo de telefonia celular, seguido do ramo de saúde e cuidados pessoais (2,04%).
O grupo de alimentos e bebidas no DF teve o mesmo aumento da média brasileira, 1,09%, e influenciou para o resultado final do IPCA. “O grupo de alimentos contribui sistematicamente para o IPCA. Pesa mais de 57% na composição do índice”, destaca o gerente de Contas e Estudos Setoriais da Codeplan, Jusçanio Umbelino de Souza.
INPC – O setor de comunicação também teve a maior variação no INPC – 2,31% em abril, acima da média nacional de 1,67%. Saúde e cuidados pessoais, com 1,50%, e alimentação e bebidas, com 1,13%, aparecem na sequência.
Para o diretor de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas da Codeplan, Bruno de Oliveira Cruz, a tendência é que, ao longo do ano, o índice fique menor em comparação a 2015. “Tivemos reajustes no ano passado que influenciaram a inflação. A tendência é que este ano seja melhor.”
Índice Ceasa – As Centrais de Abastecimento do Distrito Federal (Ceasa) também divulgaram números sobre o movimento dos preços praticados pelo mercado atacadista de frutas, verduras, legumes, e ovos e grãos no DF.
O índice Ceasa diminuiu 0,69 ponto porcentual em abril deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado — variou 2,02% em 2016 e 2,71% em 2015. As frutas são as que mais contribuem na composição do índice e tiveram aumento de 2,63%. A goiaba foi o produto com maior aumento, mais de 118%. “Esse aumento é justificado pela entrada no período de entressafra”, explica o técnico economista da Ceasa, João Bosco Soares Filho.
Em contrapartida, alguns legumes e algumas verduras puxaram o índice para baixo – são os casos do tomate (-37,55%) e das alfaces lisa (-11,54%) e crespa (-10,63%). “Houve mais entrada de tomates de outras regiões, como Minas Gerais, e a época o frio favorece a produção de folhosos”, justifica João Bosco.
Agência Brasília