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Tchau, querida! É que Dilma esperneia e se exaspera com eventual risco de prisão

Hermano Leitão

Com semblante exasperado, a presidente Dilma Rousseff tem promovido atos públicos no Palácio do Planalto para fazer defesa contra o processo de impeachment, a que denomina de “golpe”. O desespero da presidente a induz a cometer outros crimes de gravidade tão acentuada quanto aqueles consignados no processo em exame no Congresso Nacional.

De partida, usar bem público – a sede do governo -, para fazer proselitismo pessoal e atacar as instituições democráticas configura crime capitulado no inciso I, do art. 11 da Lei nº 8.429/1992.

Em corolário, chamar o processo de impeachment de golpe é atentar contra o Poder Legislativo e o Poder Judiciário, porquanto a vociferação para incitação em violência dos desinformados subverte a Lei e a ordem, como se o processamento contra ela não tivesse passado pelo crivo do Supremo Tribunal, que estabeleceu o rito do impeachment no Congresso; como se a Comissão Parlamentar legalmente instalada não tivesse procedido de acordo com o regimento interno da Câmara; como se Conselho Federal da OAB não tivesse proposto novo pedido de impeachment juridicamente fundamentado; e como se o povo não tivesse promovido o maior ato da História em favor da deposição da presidente por crimes evidentes sob a luz do sol.

É que Dilma também quer fugir da Justiça e da condenação por delitos criminais que a levarão a cumprir pena de prisão.

Pasadena – As colaborações premiadas de Nestor Cerveró, Delcídio do Amaral e Otávio Marques Azevedo, fartamente documentada, não deixam dúvidas sobre não só o conhecimento das negociações de propinas para o PT e para sua campanha, mas, também, e, sobretudo, sobre a ingerência de Dilma, a Czarina da Energia, na destinação dos valores e percentuais desviados nos contratos da Petrobras e outros negócios do setor energético do país.

Os documentos já colacionados pela força tarefa da operação Lava Jato põem por terra a versão de Dilma, na condição de presidente do Conselho de Administração da Petrobrás, ter sido enganada por um parecer falho na aquisição e venda da refinaria de Pasadena. Era propina pura e simples à custa de prejuízo milionário aos cofres da petrolífera estatal.

Belo Monte – Dilma também exigiu propina na ordem de R$ 150 milhões no contrato de construção da megahidréletrica de Belo Monte – orçado no valor de R$ 15 bilhões.

Nesse caso, a engenhosidade criminosa de Dilma Rousseff fica escancarada na articulação para manipular a Andrade Gutierrez e a Odebrecht, mediante planejamento e execução de licitação fraudulenta para escolha do consórcio construtor da mega obra de Belo Monte.

Com auxílio de Erenice Guerra, chefe da Casa Civil, Edson Lobão, ministro das Minas e Energia, José Carlos Bumlai, operador da propina, e de Delcídio do Amaral, forjaram uma licitação de aparente concorrência para contemplar um grupo de empreiteiras sem grandes experiências às pressas e forçar a Andrade Gutierrez a entrar na execução da obra mediante pagamento de propina.

Dilma gerenciou todas as etapas dessa operação criminosa e arrecadou dinheiro de propina inclusive para a campanha de reeleição em 2014.

Comperj – Com um prejuízo ou “custo afundado” já estimado de R$ 44 bilhões em 2015, o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí (RJ), teve o planejamento de superfaturamento comandado por Dilma Rousseff para arrecadação de 3% de propina.

Segundo o ex-presidente e executivo da Andrade Gutierrez, Flávio Barra, a obra do Comperj sucumbiu pela sucessiva intervenção da Czarina e aliados em diversas ocasiões para aditamento de contratos e manipulação de terceirizados. Agiam como abutres famintos.

Essa estratégia de superfaturamento é corroborada pela delação premiada de Paulo Roberto Costa, que também apontou a má gestão da Petrobrás e do governo federal na derrocada do empreendimento no sistema elétrico.

Nesse esquema, houve pagamento para o PT “por dentro” e “por fora”, por transferência eletrônica, por depósito bancário em cheque, e em espécie, segundo Costa. A maior beneficiária da propina do Comperj foi Dilma Rousseff, em razão do maior percentual dirigido ao financiamento de suas duas campanhas eleitorais de 2010 e 2014.

Crime quase perfeito – As delações dos empreiteiros prestadas à Força Tarefa da Lava Jato revelam a tentativa de se praticar um crime perfeito, ou seja, caso não fosse descoberta a lavagem de dinheiro nas doações de campanhas e não se pudesse rastrear o dinheiro em espécie entregue por emissários de “confiança”, o estratagema se constituiria em um crime perfeito.

Não contavam com a astúcia, competência e integridade do Ministério Público Federal, da Polícia Federal e da Justiça Federal, para desmantelar a organização criminosa instalada no Estado brasileiro pelo Partido dos Trabalhadores e seus comparsas. Agora, o jus esperniandi da Czarina elétrica não passa de aflição diante da perspectiva de passar anos presa em cumprimento de condenações por uma penca de crimes.

Tchau, querida!

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