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Técnica correta aumenta produção e gera mais lucros

Amanda Martimon

Com a união de dois auxílios do governo de Brasília — o apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do DF e o financiamento do Prospera —, Miguel Simões, de 48 anos, conseguiu instalar um sistema mais eficiente de irrigação, por gotejamento, em sua produção de hortaliças.

Na Ponte Alta do Gama, o produtor de tomate-cereja, alface, jiló, rúcula, entre outros alimentos, deixou de ligar a irrigação — antes por aspersão — duas vezes ao dia. “Hoje, com o gotejamento, consigo ficar até três dias sem irrigar”, conta, com orgulho. A economia de água, necessária em tempos de crise hídrica, também reflete no bolso.

Com R$ 15 mil financiados pelo Prospera, ele comprou material para a irrigação por gotejamento, estufa e um reservatório de água. “80% de tudo é ajuda da Emater. A estufa, por exemplo, foi ideia deles. Eles fizeram projeto completo, me passaram lista de material com a quantidade certa e me ensinaram como fazer”, explica Simões.

Com isso, após conseguir a liberação dos recursos, ele mesmo instalou as melhorias. “Já na primeira colheita, após colocar a estufa, senti que a produção quase dobrou”, avalia. Além de maior produção, ele pontua que precisa usar menos produtos, além de ter cortado o desperdício e gastos com água, o que fez a renda aumentar.

Apenas neste ano, o Prospera já financiou R$ 1.755.860,84 em crédito rural — quase 36,5% do total liberado, de R$ 4.814.176,20.

Em 2016, o crédito rural totalizou R$ 4.480.851,28, representando 44,7% dos R$ 10.020.461,69 liberados no ano passado.

A Emater-DF atende os agricultores locais em 15 escritórios. Outras duas unidades funcionam por meio de contrato com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e atendem assentados de Formosa e Padre Bernardo, em Goiás.

Em cada escritório, atuam, em média, oito extensionistas rurais, entre agrônomos, veterinários, zootecnistas e assistentes sociais. Atualmente, a Emater-DF atende cerca de 2,5 mil empreendimentos no DF. Desses, 83% são de base familiar.

Além da assistência técnica relacionada diretamente à produção — consultorias sobre manejo de plantas e animais —, os técnicos apoiam as famílias rurais em aspectos sociais, econômicos e ambientais.

O apoio se dá, por exemplo, com a elaboração de projetos de crédito, desenvolvimento de relatórios de atividades e orientações sobre direitos do trabalhador.

Com essa ajuda, o produtor de morangos Sandy Oliveira, de 45 anos, já está no segundo financiamento por meio do Prospera.

No ano passado, ele conseguiu R$ 15 mil para melhorar o sistema de irrigação da plantação, em Brazlândia. Com o primeiro empréstimo pago, neste ano ele financiou mais R$ 20 mil e ampliou o número de estufas, de seis para 40.

“Elas fazem muita diferença, protegem do sol, vento, chuva. A produção é sensível”, conta. Segundo ele, com a proteção, o aumento de produção chegou a 70%.

As condições facilitadas do programa foram fundamentais para o produtor conseguir abrir o negócio próprio. “As condições são bem melhores. Sem apoio, o acesso a um banco seria difícil. O conhecimento do plantio eu já tinha”.

Antes, ele se dedicou — por mais de duas décadas — ao cultivo como funcionário de outras propriedades na região.

Sandy Oliveira vende para uma distribuidora que repassa os morangos para dois hipermercados, além de destiná-los à exportação. A média de entrega é de 4 mil caixas por semana.

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