Nasceram, em 7 de abril, dois filhotes de sauim-de-coleira na Fundação Jardim Zoológico de Brasília. A espécie é criticamente ameaçada de extinção, e os novos habitantes ajudarão em plano de ação nacional para a conservação dos bichos.
Ainda não se sabe qual é o sexo dos animais, que são cuidados pelos pais desde o nascimento, como é comum entre os primatas. Os funcionários do zoológico acompanham a rotina da família, mas sem contato físico.
Os sauins são filhos de Tucupi e Tacacá, casal transferido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) de um resgate em Manaus (AM). Eles chegaram em maio do ano passado e, desde então, o zoo se esforçava para que se reproduzissem.
“Tomamos o cuidado de adaptar um recinto específico para os hábitos da espécie, com bastante umidade, enriquecimento ambiental e arborizado”, detalha o diretor de Mamíferos da fundação, Filipe Reis.
Ele explica que a manutenção da espécie em zoológicos é de extrema importância para a conservação. “Eles são pais e avós dos animais que um dia serão reintroduzidos na natureza”, avalia.
O diretor destaca que, antes, é preciso que sejam resolvidas todas as questões que levaram a espécie a ficar sob risco de extinção. O primata é um dos 25 mais ameaçados do mundo.
Hoje, estima-se que haja em vida livre 10 mil indivíduos. No entanto, em cerca de 20 anos, houve declínio de 80% da população. As principais ameaças ao sauim-de-coleira são incêndios, assentamentos rurais, redução de habitat, poluição e desmatamento.
Apenas quatro zoológicos mantêm a espécie. No futuro, será feita uma análise para definir o destino dos filhotes nascidos em Brasília para garantir a variabilidade genética do grupo e uma população saudável.