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Tem mudanças no ir e vir para e do Plano Piloto

Diariamente, cerca de 120 mil veículos circulam pela Estrada Parque Taguatinga (EPTG). O cenário, comum a milhares de brasilienses, será transformado com o plantio de duas mil mudas de ipês pela Novacap. A mudança na paisagem fez o local ganhar o apelido de “Ipê-TG” pela quantidade de árvores que vão colorir essa importante via, tecnicamente chamada de DF-085.

Esse cenário, porém, não ficará restrito à EPTG. Em 2020 começam a ser inseridas mais de 150 mil árvores no Distrito Federal. Desse total, 40 mil serão de ipês.

Nesta sexta-feira (31), técnicos da Novacap iniciaram o plantio das mudas na Estrada Parque. A previsão é que o serviço dure até dez dias e o local ganhe espécies das cores branca, amarela, rosa e roxa. O florescimento das árvores deve levar entre dois e três anos.

“O nosso desejo, que é a vontade do governador Ibaneis Rocha, é chegar a um milhão de pés de ipês até o final do governo. Nós temos os nossos viveiros, estamos fazendo as mudas e iniciando o plantio aqui na EPTG, que pode se chamar de ‘Ipê-TG’ em razão da quantidade de árvores que serão plantadas aqui”, observa Candido Teles, presidente da Novacap.

Os ipês vão ocupar os 11 km urbanos da rodovia, considerada uma das mais movimentadas do Distrito Federal, cortando as cidades do Guará, SIA, Vicente Pires, Águas Claras até a região central de Taguatinga. Os trabalhos estão a cargo do Departamento de Parques e Jardins (DPJ) da Novacap.

“Trata-se de uma espécie típica do cerrado, resistente às intempéries do nosso clima, e de uma beleza única. Ouso dizer que é a árvore que mais caracteriza as belezas de Brasília, o xodó da nossa gente. Estamos plantando ipês roxo, amarelo, branco e rosa para tornar a EPTG um verdadeiro jardim suspenso”, descreveu o Diretor de Urbanização da Novacap, Sérgio Lemes.

Segundo a Novacap existem mais de cinco milhões de árvores cadastradas pela companhia em todo o DF. “Os moradores viram a EPTG dos eucaliptos e agora ela vai virar a Ipê-TG. Na época dos eucaliptos era um período em que só existia uma faixa para os carros. A necessidade de mais faixas provocou mudanças. Vamos deixar a via mais moderna e acredito que ela será uma das mais bonitas de Brasília daqui alguns anos”, acrescentou Teles. Viveiros

A Novacap, através do DPJ, produz espécies nativas do Cerrado: ipês-amarelos, roxos e brancos, quaresmeiras, sucupiras, aroeiras, copaíbas, que são importantes por fazerem parte do ecossistema primitivo ou bioma do Cerrado. Esse cultivo é resultado de pesquisas desenvolvidas dentro dos dois viveiros mantidos pela companhia.

Nesses locais, são realizadas pesquisas agronômicas e experimentações de novas espécies de árvores e flores que se adaptem às condições climáticas e de solo do Distrito Federal. No final de 2019 os viveiros contabilizavam uma produção de 600 mil árvores em estoques, sendo 100 mil ipês.

O Plano de Arborização, executado anualmente pelo Departamento de Parques e Jardins (DPJ) da Novacap, tem por objetivo a recomposição das árvores que são retiradas ao longo do ano.

São árvores que, com o tempo, necessitam ser erradicadas por estarem envelhecidas ou com alguma praga impossível de ser combatida ou porque estão em trajetos que por algum motivo sofrem mudanças.

No Plano de Arborização de 19/20, 10% das 150 mil novas mudas serão frutíferas. A ideia é preservar a fauna – porque os pássaros se alimentam dessas frutas – e mantê-las também disponíveis nos canteiros do Distrito Federal, outra atração que chama a atenção dos moradores e visitantes, pois volta e meia é possível ver as pessoas “pescando nas árvores” frutas das mais variadas espécies, como manga e pitanga.

Na parte de manutenção e poda, existem 12 equipes com 120 pessoas que cuidam das árvores no DF. Eles são responsáveis por evitar o plantio indevido, que dá prejuízo material tanto para o governo quanto para o cidadão, além do risco à vida que uma árvore plantada de maneira errada pode por vezes ocasionar.

As espécies plantadas em cada região são escolhidas de acordo com o local que vai recebê-las. Esses cuidados devem ser tomados para que o crescimento da raiz não venha a danificar as calçadas ou vias.

É necessário respeitar todo o projeto arquitetônico, tendo a precaução de não plantar sob redes elétricas e de águas pluviais.

“Uma espécie que é colocada em um estacionamento precisa ser específica para o local, pois ela tem que ter sombreamento e ser uma árvore que não caia galhos com facilidade para não danificar os veículos”, explica Raimundo Silva, chefe do DPJ.

A orientação é de que a população procure o Departamento caso queira plantar em alguma área que não tenha sido contemplada pelo Plano de Arborização. Dessa forma será evitado o plantio em locais inadequados que podem causar futuros problemas.

“Nas superquadras acontece muito. A pessoa planta uma mangueira, por exemplo. Inicialmente é uma planta bonita e pequena, depois se torna uma árvore frondosa que começa a danificar a parte estrutural do prédio e a parte de vedação de caixas de águas pluviais. Por isso, pedimos que, sem orientação não plante. O problema vai vir com o tempo”, completa o chefe do DPJ.

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