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Dialógico

Tem poema safado, que pena, calado, safena, psicografado…

Publicado

Autor/Imagem:
Edna Domenica e Gilberto Motta - Foto Gilberto Motta

Meu poema:
Encontraste, num sebo,
Num lampejo.
Sem enredo.
Pra que lê-lo?
(Edna Domenica)

E no chão dormia, o pequeno alfarrábio.
Feito de escritas e sonhos.
A espera do enredo.
O complemento de tudo.
Aquilo que não está explícito.
No jogo breve de signos.
Nas entrelinhas dos traços.
(Gilberto Motta)

E lá jazia, o pequeno larápio.
Feito de escribas e louros.
A espera do aplauso
O complemento de tudo
Aquilo que não está implícito
No toque leve dos sinos
Nos entre laços e abraços.
(Edna Domenica)

Feito de palavras e sons
Breves riscos e zumbidos
O meu poema solitário
Implora por novos sentidos
(Gilberto Motta)

De repente a chuva fria
Na quase queda da brisa
Esquenta a escrita vadia
Aquece a romaria
(Edna Domenica)

Um repente de poesia
Na tarde lenta da Ilha
De repente a estante fria
Incendeia a livraria
(Gilberto Motta)

Feito jegue de cigano
Vagabundeia o poema
À espera de um humano
Pra tirá-lo da canseira
Dos terríveis desenganos
Despencando a ribanceira
(Gilberto Motta)

Deslizando a ribanceira
Se agarrou só nos meus versos,
Na música abraçadeira,
No nômade fulano
(Edna Domenica)

Praticum, Aha, Bumbum
As letras parecem doidas
Insistem nos sobre tons
Das memórias das antigas
Inventando futuros sons
(Gilberto Motta)

Um poema nunca tomba
Anda no elefante em sua tromba
Nos petelecos e eiras
Quem sabe, enfrenta a moça
Ou a filha de uma onça
O percevejo de moto
Que poetizando, assombra…
(Edna Domenica)

Meu poema é sem pompa
Anda descalço e só tromba
Nos becos e prateleiras
Quem sabe busque uma conta,
uma figa, uma lomba
Pra ficar no alto do morro
Poetizando de arromba
(Gilberto Motta)

Menos é mas
Mais é paz
Compor junto é demais
De divertido
(Edna Domenica)

Passaram muitos leitores
E eu fiquei abandonado
Poema besta, sozinho
Sem métrica e de pé quebrado

Melhor dormir na estante
De meu sonho abortado
(Gilberto Motta)

Perdido pela cidade
Sigo quem queira e não tema
Meus rabiscos de zaroio
Insistem em ficar em cena.

Pois na verdade dos fatos
Um poema é um poema,
Um poema…
Um poema.
(Gilberto Motta)

Tem poema que é pena
Tem poema que é safena
Tem poema que é safado
Tem poema que é calado
(Este foi psicografado)
(Edna Domenica)

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