Temendo perder Lago, povo pede órgão para cuidar do Paranoá
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emO assoreamento do Lago Paranoá, problema que há décadas vem se agravando e prejudicando os moradores do Distrito Federal – seja pela perda da qualidade da água e do volume do espelho d’água, entre outras consequências – foi tema de uma audiência entre a Câmara Legislativa e representantes comunitários do Lago Sul e de diversos órgãos do Governo do Distrito Federal, nesta quarta-feira (30).
A principal reivindicação dos moradores é para que seja definido um órgão público que se responsabilize pela administração do lago. “Depois de diversas tentativas, descobrimos que o problema não está na falta de estudos, que, aliás, são muitos, de recursos ou de diagnóstico. O que falta realmente é um setor, no governo, que seja responsável pelo Lago Paranoá”, explicou Cícero Gontijo, procurador do DF aposentado e morador da QL 6.
Sobre este ponto, o deputado Wasny de Roure (PT), que preside a CLDF e coordenou a reunião, disse que irá solicitar ao GDF a definição de um órgão para tratar da questão. “Vamos também verificar se essa medida deve ser feita por meio de proposição a ser encaminhada à Câmara Legislativa ou por um ato do governador”, acrescentou, salientando que vai requerer, ainda, um encontro dos moradores com Agnelo Queiroz; o vice-governador, Tadeu Filippelli, e o administrador do Lago Sul.
“O que não dá para continuar é a atual situação: não sabemos a quem nos dirigir, enquanto o problema se agrava. Somos interessados e as nossas ações voluntárias beneficiam toda a comunidade”, afirmou a prefeita do Lago Sul, Edilamar Batista. Atualmente, vários órgãos do GDF dividem a responsabilidade pelo Lago Paranoá. A Caesb, por exemplo, cuida da balneabilidade (condição da água para banhos), e a Administração Regional, das áreas laterais do lago.
Os moradores também querem garantir recursos na Lei Orçamentária de 2015 para ações de desassoreamento e foram informados de que uma verba com essa finalidade já consta do orçamento atual. Outro aspecto abordado foi a necessidade de campanhas educativas para evitar que o lixo depositado irregularmente chegue ao Lago Paranoá.
Os órgãos que participaram da reunião – secretarias de Obras, de Habitação e de Saúde; Adasa, Caesb, Terracap, IAB-DF e o Instituto Brasília Ambiental (Ibram) – também manifestaram preocupação com o assoreamento e devem constituir um comitê com a participação dos moradores para definir ações e um cronograma de atividades conjuntas.
Marco Túlio Alencar