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O intocável

Temer cala sobre Janot; não há crise, diz Ricardo Barros

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Constança Rezende e Daniela Amorim

O presidente Michel Temer evitou a imprensa durante agenda oficial nesta sexta-feira, 15, no Rio, um dia após o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentar a segunda denúncia contra ele e outros acusados, descrita como ‘quadrilhão do PMDB’. O evento, no Instituto Estadual do Cérebro, foi estruturado para impedir o contato do presidente com jornalistas.

Temer e outras autoridades, como o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM) e o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), ficaram em uma sala com médicos e funcionários do hospital. Ali ocorreu a solenidade.

Já os profissionais de imprensa ficaram em um auditório, acompanhando o discurso por um telão.

Ele também foi embora sem dar entrevistas. Seguranças impediram os jornalistas de deixarem o auditório até que o presidente saísse do prédio.

A organização montou um púlpito em outro andar do hospital, para o caso de o presidente querer falar, mas ele não chegou a ser utilizado.

Também estiveram presentes os ministros da Saúde, Ricardo Barros (PP), da Secretaria de Governo, Antônio Imbassahy (PSDB), e da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco (PMDB), e o vereador e ex-prefeito Cesar Maia (DEM), pai de Rodrigo Maia. Na ocasião, eles inauguraram um centro de radiocirurgia do instituto.

Temer também não fez nenhuma referência à nova denúncia no seu discurso, no qual elogiou os esforços para que o governo federal apoiasse o instituto. “O Rodrigo Maia foi advogado dessa causa”, disse Temer.

Ele lembrou que, na quinta-feira, esteve nas obras para a ponte no Rio Araguaia, que ligará o Tocantins ao Pará. “Aqui também é uma ponte, uma ponte para melhorar saúde do Rio de Janeiro e do nosso País. E ainda pode servir de exemplo para outros tantos hospitais. É hospital público e com essa qualificação extraordinária”, declarou o presidente.

Temer ainda pediu que Ricardo Barros entrasse em acordo com o secretário estadual de Saúde para que os governos federal e estadual unissem esforços pela conclusão das obras do edifício que abriga o Instituto do Cérebro. “O governo estadual põe um pedacinho, o federal põe um pedação, e nós vamos concluir essa obra”, prometeu.

Barros disse que o governo estava ampliando em 55% os repasses para o Instituto do Cérebro, para R$ 70 milhões por ano. Segundo Temer, houve empenho tanto de Rodrigo Maia quanto do ministro Moreira Franco, além da atuação persistente da bancada federal do Rio para a liberação das verbas. “Prestigiar significa aumentar as verbais anuais para o instituto”, afirmou o presidente.

Sobre as denúncias contra Temer,  Barros negou que isso interfira ou mesmo paralise as ações do governo. As questões jurídicas “ficam para o Judiciário”, afirmou o titular da Saúde. “Estamos governando plenamente. Essas questões não interferirão na determinação do presidente Temer de entregar um País melhor do que recebeu”, declarou Barros.

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