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Temer reúne Executiva para barrar a entrada de aliados do Palácio do Planalto no PMDB

Tânia Monteiro e Daniel Carvalho

A executiva nacional do PMDB se reúne na quarta-feira pela manhã, em Brasília, para aprovar resolução impedindo que filiações consideradas “oportunistas” pelas lideranças peemedebistas sejam aprovadas. A estratégia foi definida no final da tarde desta segunda-feira, entre o vice-presidente da República, Michel Temer, e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em reunião realizada no anexo do Palácio do Planalto.

Com isso, Temer, que é presidente do PMDB, e Cunha querem impedir que a presidente Dilma Rousseff consiga cooptar deputados de outros partidos como o PR, para o PMDB, de forma a conseguir os votos necessários para tirar Leonardo Quintão da liderança do partido e devolver o comando da legenda na Câmara a Leonardo Picciani.

Esta é mais uma parte da guerra travada entre Dilma e Temer que levou ao completo estremecimento nas relações dos dois, depois da carta que o vice-presidente mandou para ela, na semana passada, se queixando do tratamento que recebeu dela aos longos dos cinco anos de governo, alegando que ela o trata como vice “decorativo”. Agora os dois tem apenas tem relações institucionais e Temer ameaça antecipar também a convocação da executiva para definir o completo rompimento com o Planalto e saída do PMDB do governo, o que Dilma quer evitar.

Cunha foi ao encontro de Temer para lhe informar que teria sido informado de que está tudo acertado para a transferência do deputado Altineu Cortês, do Rio, que sairia do PR para entrar no PMDB. A operação foi toda montada pelo deputado Leonardo Picciani e seu pai, Jorge Picciani, com ajuda do governador Luiz Fernando Pezão, todos do Rio de Janeiro.

Outra movimentação que está sendo feita é para que parlamentares saiam de seus postos em estados amigos para dar lugar a suplentes que seriam do PMDB e apoiariam a volta de Picciani à liderança do PMDB, assim como a possibilidade de parlamentares que estão em secretarias estaduais voltarem à Câmara também para ajudar Picciani.

O governo acha que além de devolver a liderança a Picciani, poderia também ter estes votos no plenário quando e se o processo de impeachment de Dilma chegar até lá. Toda esta movimentação irritou ainda mais Temer e Cunha.

Temer, na conversa com Dilma semana passada havia pedido à presidente que não interferisse em assuntos internos do partido, que comanda há 14 anos. Dilma, no entanto, ignorou os apelos do seu vice e partiu para a briga, dando prosseguimento às investidas para devolver a liderança a Picciani e restabelecer algum controle sobre a legenda, que lhe garanta votos no Congresso, seja para medidas econômicas, seja para barrar o seu afastamento.

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