Cláudio Coletti
Está prevista para a próxima quarta-feira (25), no plenário da Câmara dos Deputados, a votação da segunda denúncia da Procuradoria Geral da República contra o presidente Michel Temer e mais dois ministros, pela prática dos crimes de obstrução de justiça e liderança de organização criminosa.
Essa denúncia foi rejeitada na Comissão de Constituição e Justiça, quando aprovada por 39 votos a 26, o parecer do deputado Bonifácio de Andrade, que pede o arquivamento do pedido formulado pela PGR.
Para ser aceita a denúncia serão necessários os votos de pelo menos 342 dos 513 deputados. O Palácio do Planalto está convicto de que tal votação jamais será alcançada pela oposição. Estimam os governistas que Temer será apoiado por, pelo menos, 270 deputados.
A grande preocupação do presidente é com o dia seguinte. O que vai acontecer depois do arquivamento da segunda denúncia contra ele? A cada dia fica mais desgastado o seu relacionamento com o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RG). Isso é péssimo para o governo federal, que vai precisar muito das decisões da Câmara e do Senado.
Sem afinação nas relações políticas futuras, dificilmente andarão as reformas que o governo pretende levar adiante. Portanto, a vida de Temer não será nada fácil se não acertar o seu relacionamento futuro com os presidentes da Câmara e do Senado. Eles serão os “donos da bola” até o fim do mandato do presidente, em 31 de dezembro de 2018, já que eles ditarão as pautas de votações da Câmara e do Senado.