O nosso país continua em sua marcha capenga, com sinais claros de que a volta aos trilhos do desenvolvimento vai demorar mais algum tempo. As previsões otimistas do fim do ano passado não estão se sustentando. O avanço de 3% do PIB em 2018 está hoje visto como um sonho. No primeiro trimestre, o Brasil cresceu apenas 0,4 %, quando o estimado era de 1%.
O rombo fiscal de R$ 159 bilhões estimado para este ano tende a crescer com os desacertos do Palácio do Planalto. Só com os gastos para contornar a crise dos caminhoneiros lá se vão R$ 15 bilhões. Existem ainda os fatores externos e as incertezas na área politica que estão turbinando o dólar, com reflexos diretos nos índices de inflação e descontrole dos juros.
Acrescente-se a esse quadro de horror o crescente desemprego e subemprego, atingindo 28 milhões de brasileiros, quase 30% da população economicamente ativa. Como se vê, o país está refém da falta de um projeto de nação, o que o coloca sem rumo.
Para agravar mais ainda o cenário de horror, no Congresso Nacional predomina a politica do “Salve-se quem puder”. Mais de uma centena de deputados e senadores estão sendo alvos de inquéritos pela prática dos mais diversos delitos, sendo o mais presente deles a corrupção. Mesmo com a corda no pescoço, colocada na maioria dos casos pela Operação Lava Jato, 80% dos parlamentares são candidatos à reeleição, em busca de foro privilegiado.
O Brasil corre ainda o serio risco de ver, no segundo turno das eleições de outubro, dois candidatos, Ciro Gomes, pelos partidos de esquerda, e Jair Bolsonaro, apoiado pela ultra direita, que até agora não se sabe com qual estratégia pretendem tirar o Brasil do fundo do poço.
Pelo andar da carruagem, pela primeira vez na história do Brasil, as forças politicas do centro, majoritárias no país, deverão ficar de fora da corrida presidencial. São mais de 10 partidos do centro com pré-candidatos já lançados, a maioria deles não passando de 1% nas pesquisas eleitorais.