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Nas mãos da Câmara, Temer teme nova onda de processos

Caberá a Rodrigo Maia tentar segurar as barras do presidente. Foto/Dida Sampaio - EstadãoConteúdo

Cláudio Coletti

Na primeira batalha da guerra contra a Procuradoria-Geral da República, o presidente Michel Temer saiu vencedor, mas, a um custo altíssimo para as finanças do governo. Os 40 votos que derrotaram o parecer na Comissão de Constituição e Justiça custaram R$ 121 milhões, usados para pagamentos das emendas parlamentares.

Agora, no plenário – com previsão de votação no dia 2 de agosto -, os defensores da condenação do presidente pelo crime de corrupção passiva terão que ter 342 votos dos 513 deputados. Uma tarefa quase impossível se for levado em conta o trabalho desenvolvido por Temer e seus aliados.

A ação será encerrada com o mínimo de 172 votos a favore do Planalto. Mas os assessores palacianos temem o surgimento de “fatos novos” e mais pressões da sociedade para deputados mudarem seu voto.

Entre os receios dos governistas estão as anunciadas delações premiadas do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e do doleiro Lucio Funaro, que estão presos. Eles eram muito ligados à cúpula do PMDB e sempre estiveram presentes aos negócios conduzidos por eles.

Qualquer inconfidência de um deles pode levar Michel Temer, presidente do PMDB desde 2007, a uma situação periclitante.

O procurador-geral Rodrigo Janot, cujo mandato se encerra em 17 de setembro, ameaça provocar mais dores de cabeça para Temer. Ele revelou que, no início de agosto encaminhará ao Supremo Tribunal Federal mais dois pedidos de abertura de processos contra o presidente, agora pelos crimes de obstrução de justiça e organização criminosa.

Caberá, mais uma vez, à Câmara dos Deputados, decidir se autoriza ou não a abertura de tais processos. Para Michel Temer, mais problemas à frente.

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