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Temer manda, Quintão recua e disputa pela liderança do PMDB vai ficar mais acirrada

Igor Gadelha e Daniel Carvalho

Aconselhado pelo vice-presidente Michel Temer, o deputado Leonardo Quintão (MG) desistiu nesta sexta-feira, 22, de se candidatar à liderança do PMDB na Câmara para apoiar o atual líder, Leonardo Picciani (RJ), que tentará a reeleição. Com a decisão, o deputado fluminense terá agora apenas um adversário na disputa: o deputado Hugo Motta (PB), cuja candidatura foi articulada pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

“Depois que o vice-presidente me pediu para ajudar a ter unidade do partido, eu desisti da candidatura”, afirmou Quintão ao Broadcast Político (serviço de notícias em tempo real da Agência Estado), ressaltando que se reuniu com Temer nos últimos dias. De acordo com o parlamentar mineiro, sua “missão” agora será levar a unidade em prol da reeleição de Temer para a presidência nacional do PMDB, posto que ocupa desde 2001. A convenção nacional da legenda está prevista para março.

Além dos conselhos de Temer, Quintão ressaltou que o lançamento da candidatura de Hugo Motta na quarta-feira, 20, também contribuiu para sua desistência. “A candidatura dele veio apenas para dividir ainda mais o partido e gerar uma ruptura sem precedentes”, disparou. Cunha articulou a candidatura de Motta para tentar dificultar a reeleição de Leonardo Picciani, candidato preferido do Planalto na disputa.

A ideia do presidente da Câmara ao lançar Hugo Motta como terceiro candidato a líder do PMDB era dividir os votos de Picciani com o deputado paraibano, que, apesar de ser próximo de Cunha, tem boa relação com a base aliada ao governo. Dessa forma, Cunha esperava levar a disputa pela liderança para o segundo turno. Nessa etapa, ele acreditava que a união entre os apoiadores de Quintão e Motta aumentaria as chances de derrota de reeleição de Picciani.

Quintão negou que tenha desistido da candidatura em troca da promessa de ser indicado para qualquer comissão na Câmara pelo atual líder ou pelo Planalto para algum ministério. De acordo com o parlamentar mineiro, o único compromisso feito por Picciani foi de apoiá-lo na disputa pela liderança do PMDB em 2017. Quintão lembrou que o deputado fluminense já tinha feito esse compromisso em 2015 para a disputa deste ano, mas acabou não cumprindo.

Surpresa – Parlamentares da ala pró-impeachment do PMDB que apoiavam Leonardo Quintão se mostraram surpresos com o anúncio de desistência feito pelo parlamentar mineiro. O deputado Osmar Terra (PMDB-RS) foi informado da decisão pelo Broadcast Político O peemedebista gaúcho disse que, agora, a bancada da sigla do Rio Grande do Sul deverá apoiar o deputado Hugo Motta. “Desse jeito, ele (Quintão) vai levar apenas o voto dele”, afirmou.

Peemedebistas do grupo de Cunha minimizaram a saída de Quintão e sua intenção de apoio a Picciani. A avaliação é de que o impacto é “zero”, pois o mineiro não teria influência sobre outros peemedebistas. Esse grupo diz acreditar que Hugo Motta vencerá Picciani com 15 votos de vantagem. Aliados de Cunha disseram ainda que já previam a saída de Quintão depois que o presidente da Câmara começou a articular a candidatura de Hugo Motta.

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