Marta Nobre
O presidente Michel Temer está acertando com velhas lideranças políticas sua renúncia. O acordo prevê que ele será exilado em um país da sua escolha. Não será, portanto, preso. O indulto para seus crimes se estenderá aos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
Os dois petistas podem até ser condenados na operação Lava Jato, mas para cumprirem prisão domiciliar. Ficarão, porém, inelegíveis por um período de oito anos.
Lideranças do PT, PMDB, PSDB e DEM participam das conversas. Se tudo acontecer como combinado, o Congresso Nacional elege um presidente-tampão. O calendário eleitoral será mantido para 2018, com a convocação paralela de uma Assembléia Nacional Constituinte.
Há dois nomes para o lugar de Temer. Nelson Jobim, que tem respaldo de Lula e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal, que se apresenta como candidata de uma ala moderada do próprio Congresso Nacional – e dos militares.
Esse acordão deve ser selado nas próximas 48 horas. Lula e FHC, inclusive, estão desembarcando em Brasília entre esta terça e quarta-feira para baterem o martelo. Resta saber qual será a reação dos russos – no caso, o povo. É que a massa popular não está sendo consultada.