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Temer reúne senadores, admite que momento é ruim e pede colaboração

Um dia após o governo sofrer uma nova derrota na Câmara, o vice-presidente Michel Temer reconheceu que “o momento é grave” e pediu “responsabilidade” aos senadores da base aliada, em reunião nesta quarta-feira (5) no Palácio do Jaburu.

Em um discurso duro, Temer disse que não é hora de beneficiar o Palácio do Planalto ou os partidos políticos, mas sim de “trabalhar em benefício do país”.

Na terça-feira (4), os deputados decidiram pela votação do primeiro item da chamada “pauta-bomba”, contrariando o acordo fechado pelo Executivo com os líderes da base aliada e com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para adiar a votação de projetos que onerem as contas públicas.

Na hora da votação individual sobre a proposta de adiamento, deputados da base votaram contra a orientação de seus partidos. Nesta quarta-feira (5), portanto, será apreciada em plenário a PEC 443, que equipara salários da AGU (Advocacia-Geral da União) e de delegados aos do Judiciário. O projeto precisa ainda passar pelo Senado.

Aos senadores, Temer criticou as posições da Câmara e ouviu de Delcídio Amaral (PT-MS), líder do governo no Senado, que o Palácio do Planalto está “dormindo com o inimigo”.

Isso porque, argumentou o petista, muitos deputados que estavam na segunda-feira (3) no jantar oferecido pela presidente Dilma no Palácio do Alvorada “tramaram” contra ela em seguida, votando contra o governo.

Na ocasião, Dilma havia feito um apelo aos líderes da base e a presidentes de partidos aliados para que eles ajudasse a evitar a votação das pautas-bombas. Em meio ao ajuste fiscal, o governo quer evitar a aprovação de projetos que demandem ainda mais gastos à União.

Da reunião com Temer participaram, além de Delcídio, os senadores José Pimentel (PT-CE), Acir Gurgacz (PDT-RR), Marcelo Crivella (PRB-RJ), Humberto Costa (PT-PE), Eunício Oliveira (PMDB-CE), entre outros.

Após o café da manhã com os representantes do Senado no Jaburu, o vice-presidente vai receber os líderes da base na Câmara, em reunião convocada de última hora em seu gabinete.

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