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Temer sugere que militares sirvam de exemplo para o País

Presidente no evento comemorativo aos 10 anos do ensino do Programa EAD. Foto: José Cruz/Agência Brasil

O presidente Michel Temer afirmou nesta segunda-feira, 18, que o povo brasileiro não tem apreço pelas instituições e que o comportamento das Forças Armadas como “disciplina, hierarquia e organização” deveria servir de exemplo. “Convenhamos, nós no Brasil não temos muito apreço pela hierarquia, pela organização, não temos muito apreço pelas instituições”, afirmou, durante cerimônia de apresentação de oficiais-generais promovidos, na base aérea de Brasília. “Não são poucas as vezes que digo que temos que reinstitucionalizar o País”, completou.

Temer, que costuma ter uma relação de proximidade com o ministro do STF Gilmar Mendes, fez críticas ao fato de que as autoridades não podem manter diálogos que a relação gera desconfiança. “Verifico que, se alguém do Executivo fala com alguém do Judiciário, isso já gera uma especulação, o que é desmoralizante para quem ouve”, disse. “Porque se eu falo com alguém do Judiciário e sou capaz de influenciá-lo a ponto de ele mudar uma opinião pessoal ou jurídica, ou cientifica ou o que seja é porque ele não se presta para o cargo que exerce”, completou.

O presidente disse que as relações institucionais entre os entes é fundamental porque todos “são autoridades constituídas”. “Nós temos o dever de olhar para o Brasil, agir na nossa pátria como quem quer o progresso do seu povo”, destacou, ressaltando também ter um respeito pela liberdade de imprensa. “Eu respeito a imprensa. Eu gravo em alto e bom som: viva a liberdade de imprensa, pois ela é fiscalizadora.”

Temer disse que tem orgulho dos relatos que destacam o que seu governo conseguiu fazer em apenas um ano e meio. “Jungmann citou feitos desse governo que não foi de 4 anos, mas de um ano e 8 meses”, disse, referindo-se ao discurso que o antecedeu do ministro da Defesa, Raul Jungmann.

Ao elogiar o ministro, Temer citou ainda que, por meio das Forças Armadas, o Brasil “ultrapassou fronteiras, numa concepção muito positiva”. No início do mês, o Comando do Exército demitiu do cargo o general da ativa do Exército Antônio Hamilton Martins Mourão, depois de ele dizer que Temer promovia um “balcão de negócios” no Congresso para tentar chegar ao fim do mandato. O general também citou casos em que as Forças Armadas, em seu entendimento, deveriam intervir no País para evitar o caos. Mourão não descarta lançar-se candidato a um cargo político nas eleições de 2018.

No fim de seu discurso, Temer citou o “espírito de natal” e afirmou que deseja que 2018 seja um ano prospero. “Neste espírito de natal, desejo que venhamos renascer em 2018 para um ano muito melhor”.

No evento foram promovidos oito oficiais-generais do Exército, sete da Aeronáutica e três da Marinha.

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