Os deputados bolivianos rejeitaram o pedido de greve indefinida desde segunda-feira convocada por setores de direita que pretendem relançar a aventura golpista de novembro de 2019, refletiu hoje a imprensa local. Esse motim começou com atos semelhantes, pequenas greves e uma greve nacional, e terminou com a derrubada de um governo legal e democraticamente eleito, lembrou o deputado Héctor Arce em declarações à Agência Boliviana de Informação.
“Como em 2019, os mesmos atores repetem o mesmo roteiro para conspirar contra um governo constitucional e democraticamente eleito”, acrescentou o deputado pelo departamento de Cochabamba.
Arce declarou que face à repetição destas ações de sedição e conspiração “temos os nossos meios, mecanismos de organização e coordenação para, num quadro semelhante ao do direito de protesto, defender o nosso Governo”.
Também o fizeram em 8 de novembro de 2020 – acrescentou ele – quando o presidente Luis Arce e o vice-presidente David Choquehuanca tomaram posse, “os mesmos protagonistas dos violentos eventos de 2019 começaram a engendrar um novo plano de desestabilização”.
O deputado atribuiu esses eventos aos parlamentares da oposição que implementam a mesma receita de desgaste contra as autoridades constitucionais.
Por seu turno, o presidente da Câmara dos Deputados, Freddy Mamani, afirmou que existe uma clara intenção de desestabilizar o Executivo, tal como o fez em 2019.
Os que estão por trás – avaliou – são os que querem desestabilizar a democracia. Há uma clara intenção política de prejudicar sindicalistas, transportadores e outros setores com a greve.
“O que eles procuram – enfatizou – é sabotar a reativação econômica”.
Outro deputado contra a greve, Ányelo Céspedes, denunciou a Comissão Cívica de Santa Cruz, chefiada pelo seu governador, Luís Fernando Camacho, “que continua a tentar realizar um segundo golpe”, advertiu.
O legislador condenou que um setor minoritário como aquela instância “ousa pedir a renúncia do nosso presidente Luis Arce, que venceu as eleições gerais com mais de 55 por cento”.
Para Céspedes, assim como em 2019, o desemprego afetará a maioria da população, que vive da renda diária.
“Não é hora de paralisar a Bolívia. Eu me pergunto o que vai fazer um pedreiro, um sindicalista, um padeiro se houver uma greve? Por atacar o governo nacional, tudo o que eles estão fazendo é atacar o povo”, frisou.