A devassa
Teori fatia a Lava Jato e cerca Temer, Aécio, FHC…
Publicado
emMarta Nobre
A delação de Sérgio Machado, o ex-presidente da Transpetro que resolveu jogar lenha na fogueira da crise no primeiro semestre ao citar nomes de peixes graúdos supostamente envolvidos no Petrolão, a exemplo de José Sarney, Renan Calheiros e Romero Jucá, voltou a incendiar Brasília no início da noite desta sexta, 23.
O incêndio começou a propagar-se com a decisão do ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal, de abrir procedimento para que também sejam investigados Michel Temer, Fernando Henrique Cardoso e Aécio Neves.
Em seus depoimentos ao Ministério Público, Sérgio Machado insinuou que até Temer tem o rabo preso com a corrupção. E por conta dessa declaração, Teori encaminhou o caso para a Procuradoria-Geral. Agora caberá a Rodrigo Janot se manifestar se é o caso de abrir ou não um inquérito para investigar o presidente.
Em sua delação, lembra a edição virtual de O Globo em matéria editada às 19h50, Machado disse que recebeu pedido de propina do presidente para financiar a campanha de Gabriel Chalita à prefeitura de São Paulo em 2012. O valor acertado entre ambos teria sido de R$ 1,5 milhão. O pagamento teria saído dos cofres da Queiroz Galvão, uma das empreiteiras investigadas na Operação Lava-Jato.
Mas Teori foi além. E também pediu para serem autuados em petições separadas indícios apontados pelo delator contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Outros nomes de menor expressão também serão investigados.
No depoimento que compromete Temer, segundo O Globo, Machado revela “que Chalita não estava bem na campanha; que o depoente (Sérgio Machado) foi acionado pelo senador Valdir Raupp para obter propina na forma de doação oficial para Gabriel Chalita; que posteriormente conversou com Michel Temer, na Base Aérea de Brasília, provavelmente no mês de setembro de 2012, sobre o assunto, havendo Michel Temer pedido recursos para a campanha de Gabriel Chalita”.
Ainda de acordo com Sérgio Machado, “o contexto da conversa deixava claro que o que Michel Temer estava ajustando com o depoente era que este solicitasse recursos ilícitos das empresas que tinham contratos com a Transpetro na forma de doação oficial para a campanha de Chalita; que ambos acertaram o valor, que ficou em R$ 1,5 milhão”.