O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quinta-feira (19) que um pedido de abertura de inquérito contra o ex-ministro Edinho Silva (Comunicação Social) seja remetido à Justiça do Distrito Federal.
Na decisão, o relator da Operação Lava Jato na Corte indica que o caso não tem relação com o esquema de corrupção da Petrobras, senão os autos teriam que ser enviados para a análise do juiz Sérgio Moro, em Curitiba.
“Os fatos não possuem relação de pertinência imediata com as demais investigações relacionadas às fraudes no âmbito da Petrobras, pois dizem respeito a suposta tentativa de repasse de propina ao ex-senador Delcídio Amaral, agora colaborador, em operação que teria sido intermediada pelo então ministro da Secretaria de Comunicação Social, responsável pela indicação do laboratório farmacêutico EMS como fonte financiadora”, afirmou Teori.
Em sua delação premiada, o ex-senador Delcídio Amaral (sem partido-MS) afirmou que pediu recursos a Edinho para pagar dívidas da sua campanha ao governo de Mato Grosso do Sul com as empresas FSB e Black Ninja, no valor total de R$ 1 milhão. Edinho, então, teria orientado o ex-senador a fazer um esquema de caixa dois e pedir às duas empresas para gerarem uma nota em nome do laboratório farmacêutico EMS.
O caso de Edinho foi enviado para a primeira instância porque ele perdeu o direito de foro privilegiado depois que o Senado aprovou o afastamento de Dilma e ele foi exonerado do cargo de ministro do governo.
O ex-ministro foi tesoureiro da campanha de Dilma em 2014. Na época em que os fatos vieram à tona, ele negou irregularidades e disse que as acusações de Delcídio eram “mentirosas”. O petista também afirmou que sua “indignação alcançou o nível máximo” diante dos fatos envolvendo seu nome.