Bartô Granja
Há pouco menos de um ano, o advogado Francisco Zavascki, filho do ministro Teori Zavascki, postou uma nota em sua página do Facebook advertindo que caso algo acontecesse ao ao ministro ou a algum membro da família, “vocês já sabem onde procurar”. “Vocês”, no caso, pode ser sinônimo de povo, da Polícia Federal, do Ministério Público.
Nesta quinta, 19, poucas horas após a confirmação da morte do ministro do Supremo em um acidente de avião, as redes sociais foram invadidas por textos especulativos. Literalmente, foi dito que mataram Teori para que a Lava Jato não avançasse.
Mas o filho Francisco, abalado com a tragédia, prefere no momento descartar qualquer tese conspiratória. Não se pode cogitar, segundo ele – ao menos de imediato – de sabotagem no avião.
Sobre a postagem do ano passado – mais precisamente em maio – Francisco comentou que, à época, chegou mesmo a temer a perda do pai ou de alguém da família, como suposta retaliação à atuação de Teori como relator da Lava Jato.
– Aquilo foi um momento, mas agora isso não está passando pela cabeça de ninguém. Acho que fatalidades acontecem. Paraty, chuva. O avião arremeteu, e é isso aí. Deu zebra”, afirmou, segundo versão apresentada pela Agência Brasil.
Apesar da manifestação do filho do ministro, a morte de Teori virou assunto para muitas especulações nas redes sociais. A morte serviu para que milhões de pessoas postassem comentários levantando teorias da conspiração em relação ao assunto. Afinal, não mé para menos. Teori estava pronto para homologar, no próximo mês, as delações da Odebrecht em torno da Lava Jato.
Leia o que o filho do ministro do Supremo escreveu em 26 de maio, ele escreveu: “É obvio que há movimentos dos mais variados tipos para frear a Lava Jato. Penso que é até infantil imaginar que não há, isto é, que criminosos do pior tipo (conforme o MPF afirma) simplesmente resolveram se submeter à lei! Acredito que a lei e as instituições vão vencer. Porém, alerto: se algo acontecer com alguém da minha família, vocês já sabem onde procurar…! Fica o recado!”.