Terminou a greve dos rodoviários em seis municípios da Baixada Fluminense, iniciada na madrugada desta quarta-feira (14), segundo Transônibus, sindicato que representa 36 empresas de ônibus dos municípios de Nova Iguaçu, São João de Meriti, Belford Roxo, Nilópolis, Japeri e Queimados. De acordo com o sindicato, a circulação de ônibus na região está normalizada. O movimento grevista foi liderado por um grupo da categoria que não concorda com o acordo salarial fechado com as empresas.
O Transônibus informa que continuam as negociações com o Sindicato dos Rodoviários de Nova Iguaçu – segundo o órgão, representante da categoria na Baixada – para o dissídio coletivo com data-base em 1° de junho. A paralisação, conforme Transônibus, afetou cerca de 20% da frota nas primeiras horas de operação. Até as 12h, foram registradas 12 depredações, com quebra de retrovisores e janelas dos veículos.
A reportagem não conseguiu contato com o grupo de rodoviários que liderou a greve na região. No início do dia, o Transônibus e o Sindicato dos Rodoviários de Nova Iguaçu informaram não reconhecer a legitimidade do grupo para tomar decisões em nome da categoria e lamentaram a greve.
No municipio do Rio, a greve do grupo de rodoviários contrários ao acordo salarial firmado entre o sindicato da categoria e as empresas deve terminar no final da noite. Os rodoviários não concordam com o acordo fechado no mês passado pelo sindicato, que concedeu aumento de 10% nos salários e elevou o tíquete-alimentação para R$ 140. Eles querem 40% de reajuste e R$ 400 de tíquete-alimentação, além do fim da dupla função de motorista e cobrador. A categoria marcou nova assembleia para esta quinta-feira (15), às 16 horas, na Candelária, para avaliar os rumos do movimento.
De acordo com o Sindicato das Empresas de Ônibus (Rio Ônibus), 44% da frota municipal está circulando agora à noite. Desde o início da paralisação, 708 veículos foram danificados.
A Federação de Transportes Rodoviários do Rio (Fetranspor) informou, em nota, que no caso de serviços essenciais, a legislação determina que a paralisação seja comunicada aos usuários e à entidade patronal com antecedência mínima de 72 horas, assim como prevê a obrigação por parte dos empregadores e trabalhadores de garantir a prestação destes serviços e lamentou as depredações.
A Federação do Comércio do Rio de Janeiro estimou que 977,8 mil trabalhadores do setor do comércio tenham sido afetados pela greve dos ônibus, incluindo os municípios da Baixada Fluminense.