Nem azul, nem vermelho. A onda que inundou os Estados Unidos foi a do bom senso. O recado dado pelo povo americano começa reverberar mundo afora. Chega de boçalidade, mentiras e do discurso negacionista de conveniência, recheado de bravatas e ódio. Chega de gente que acredita ser rei, sem possuir nenhum arremedo de nobreza. A lição que fica é que a democracia exercida pelo voto é a verdadeira coroa do reinado do povo. Quem pensa diferente vai de mal a pior.
Que fique claro que não se divide uma nação impunemente. As discordâncias de pensamento sempre existirão; porém, o espírito do “nós”, sempre deve prevalecer. A segregação de indivíduos pelo seu pensamento é a seta que aponta para o início de um caminho nazifascista que deveria ter sido fechado e tirado do mapa geopolítico mundial ainda no século passado. Aliás, esse caminho nunca deveria ter existido.
A derrota de Donald Trump é um sinal positivo para o mundo e um recado direto ao seu maior admirador e discípulo: Jair Messias Bolsonaro. Em duas semanas o eleitorado brasileiro comparecerá às urnas para escolher prefeitos e vereadores para os próximos quatro anos. O que tudo indica é que o resultado das urnas revelará o mesmo desejo de ruptura com qualquer proposta de governo que trisque no totalitarismo, assim como ocorreu em 2018. A verdade é que na época, o PT e seus candidatos tinham uma missão eleitoral impossível, considerando que pedir votos com as principais estrelas do partido presas por corrupção e um rastro de roubo de fazer inveja ao cometa Halley.
As pesquisas de opinião alertam que o apoio de Bolsonaro não ajuda em nada seus candidatos preferidos, principalmente nos grandes centros urbanos. No entanto, justiça há de se fazer: nesses dois anos de governo Bolsonaro, os grandes casos de corrupção e roubo não fizeram parte da agenda. Graças à Deus! Até mesmo a rachadinha, o Queiróz, o Wasseff e a filharada, ainda conseguem deslizar no teflon da frigideira que o próprio presidente teima em fazer arder no fogo histérico de sua alma autoritária.
Que o espírito de solidariedade humana aflorado pelo luto pelas milhares de mortes por Covid, que comprovadamente não é uma gripezinha, seja forte o suficiente para unificar o país e acabar definitivamente com o discurso do “nós e eles”.