Um forte terremoto foi registrado na madrugada desta quarta-feira (24) no centro da Itália, e já há relatos de danos severos em algumas cidades e mortos.
O serviço geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês) informou que o tremor teve magnitude 6,2, e segundo a rede de televisão “Rainews 24”, o epicentro foi situado entre as cidades de Perugia e Riete, a pouco mais de 100 km a nordeste de Roma.
A profundidade do terremoto, ocorrido precisamente às 3h36 (22h36 de Brasília), foi de apenas 10 km, o que representa um alto potencial de causar grandes danos e vítimas, segundo o USGS.
O serviço geológico já registrou algumas réplicas, uma delas de magnitude 5,5, e informou que os tremores devem continuar por pelo menos mais alguns dias.
Destruição e mortes – Um casal de idosos morreu no desabamento de sua casa em Pescara del Tronto, cidade próxima ao epicentro do tremor, que derrubou dezenas de prédios em pequenos povoados de montanha, informaram os Carabineiros.
Já o prefeito de Accumoli (outra localidade próxima ao epicentro), Stefano Petrucci, disse para a televisão pública italiana que as autoridades encontraram o corpo de outra pessoa nesta cidade, enquanto uma família de quatro pessoas, com duas crianças, estão presas sob os escombros de um edifício que desabou.
A TV estatal “RAI” informou que pelo menos 12 pessoas morreram, mas ainda não há confirmação oficial deste número.
Nas províncias de Ascoli Piceno, Fermo e Macerata, na região de Marcas, e em Nórcia, na região de Úmbria, o tremor causou colapsos em edifícios e há pessoas feridas que foram socorridas pelo serviço de emergência.
Em Amatrice, o prefeito da cidade, Sergio Perozzi, afirmou à rádio estatal que o terremoto destruiu metade da cidade e que pode haver mortos. “A metade da cidade já não existe, há gente sob escombros”, acrescentou ele.
O prefeito confirmou que houve desabamentos graves em vários edifícios e pontes que complicam o acesso ao local por parte das equipes de resgate, que tentam ajudar as pessoas que estão “sob os escombros”.
Pirozzi fez um apelo às autoridades do país para liberar as ruas o mais rápido possível e poder ajudar as pessoas feridas por conta do terremoto.
“Temos espaço para a chegada de helicópteros de resgate, mas a prioridade é liberar as ruas”, disse o prefeito, observando que a região está sem luz, o que dificulta o trabalho de resgate.
Por sua parte, o coordenador da Cruz Vermelha em Amatrice, Giussepe Pignoli, confirmou que na entrada da cidade há uma ponte que desabou, complicando o acesso ao local.
“Ativamos o dispositivo de socorro da Cruz Vermelha. Há muitos danos, esperamos que não haja vítimas”, disse.
Além disso, a Defesa Civil confirmou deslizamentos de terras em outras três províncias da Região de Marcas: Ascoli Piceno, Fermo e Macerata.
Segundo o governo, o chefe do departamento de Proteção Civil, Fabrizio Curcio, já formou um comitê para lidar com a emergência.
O porta-voz dos Bombeiros do país, Luca Cari, disse que helicópteros serão enviados aos locais mais atingidos para auxiliar nos trabalhos de resgate e emergência.
Os serviços de Defesa Civil e o Exército italiano foram mobilizados e já escavam entre os escombros das localidades afetadas para resgatar algumas pessoas que estão presas.
Em 2009, um tremor de magnitude 6,3 abalou o centro da Itália e deixou mais de 300 mortos na região de Aquila.
Danos devem ser grandes – De acordo com o USGS, há grande possibilidade de haver um significativo número de mortos e perda econômica.
“No geral, a população dessa região mora em estruturas onde há uma mistura de construções vulneráveis e resistentes a terremotos. Baseado na estimativa que temos, nós podemos ver perdas significativas”, disse Rafael Abreu, geofísico da instituição, à rede “CNN”.