João Moura
A palavra de ordem é caos. O voto dado aos atores principais nas últimas eleições virou um tétano. Nada (ainda) comparado a roubalheira do Rio, nem ao assalto aos cofres da Nação, feito pela quadrilha que tomou o Planalto desde tempos idos.
O certo, porém, é que com as últimas movimentações no xadrez político da capital da República para o pleito de 2018, toca-se uma música repetida – e ouvimos seus ecos roucos, nada animadores.
“Brilhou… a coroa na luz do sol e do céu mais bonito!
Nos troncos a eternidade… a reza e a magia do pajé”.
Já é samba-enredo não só nas escolas de samba da carnavália brasileira…
Esse mimimimimi político está por conta da liberação (pelo menos por enquanto) do ex-vice-governador para subir no palanque; e por olhares fugazes do senador que também já foi governador.
Aliás, nesse quesito de ex-governador candidato em 2018 tem mais um na espreita: o viúvo não fala nada por enquanto, mas já soltou seu hit mimimimico para tocar no Planalto e nos subterrâneos do poder candango.
É como uma velha e conhecida música da noite boêmia: “Eu voltei! Agora pra ficar. Por que aqui, aqui é meu lugar”… e por ai vai…
Pelo menos é isso que velhos caciques políticos pensam, ou seja, acham que a cidade é deles. E como não tem governo mesmo na Casa de Mãe Joana, fica fácil chegar novamente.
O povo é esquecido mesmo. E daí?! Bora lá! O guaraná está de volta, só que na forma de maracujá de gaveta e seu “pió que tá num fica”. Vai que cola, não é mesmo?
Alguns que sonham com o agro e com o business também querem, mas vão pelo caminho do mesmo: querem ser o cisne porque, como patos, não batem mais panelas. Entretanto, querem o “X” melhor do hambúrguer, Justamente os que, como muitos outros de sua raça, representam a elite que defende capitalismo puro, mas não dispensam ajuda do Estado.
Na festa política segue a devoção.
Vem “si minino” pro carnaval, pro forró e pra eleição. É o brasileirão que começou…
O problema é que boa parte da população ainda não está nem enxergando a treta. Uns dormem tranquilos, convictos de que o pior já passou. Outros estão ocupados demais denunciando a ilegalidade, e não percebem que o tal golpe é muito mais amplo do que a derrubada de sua amada marrenta – ele começou bem antes disso, ainda com um ídolo de pés de barro, e segue se aprofundando com apoio de parte do próprio séquito.
Para essa galera só tem um remédio. É como diz o ditado: Para curar furada de prego, o remédio é chá de arame farpado.
Mas é bom ter cuidado com o tétano… que se chama voto.