O serviço de saúde de Dallas, no Estado do Texas, nos Estados Unidos, relatou o primeiro caso local de transmissão do vírus de zika no país. E, segundo o órgão, a transmissão foi por relação sexual de um homem que contraiu o vírus em viagem para a Venezuela. Já havia casos suspeitos da transmissão por via sexual, mas esse seria o primeiro confirmado.
Em comunicado, o Dallas County Health and Human Service (DCHHS, o serviço de saúde de Dallas) disse ter recebido confirmação do CDC (Centro de Controle de Doenças dos EUA) de que o zika vírus foi contraído por meio de transmissão sexual. O CDC não se pronunciou oficialmente e não atendeu aos telefonemas da reportagem. Por segredo médico e privacidade, o DCHHS não fornece informações adicionais.
“Agora que nós sabemos que o zika vírus pode ser transmitido pelo sexo, aumenta nossa campanha de prevenção para educar o público a se proteger e aos outros”, disse Zachary Thompson, diretora do DCHHS. “Depois da abstinência, camisinha é a melhor forma de prevenção contra transmissões sexuais de infecções”, afirmou.
Até agora, a única forma de contágio oficial do vírus é pela picada do mosquito Aedes aegypti. O vírus já foi encontrado no leite materno e há a suposição da transmissão pelo sangue, mas ainda em estudo.
Suspeitas – Em 2013, durante um surto de zika na Polinésia Francesa, o vírus foi detectado no sêmen de um homem de 44 anos. Neste caso, não houve a comprovação de infecção de uma segunda pessoa pela via sexual, mas, sim, da contaminação do sêmen pelo chamado vírus replicante, ou seja, capaz de gerar a propagação da doença. “Nossas descobertas apoiam a hipótese de que o Zika pode ser transmitido por via sexual”, conclui artigo de fevereiro de 2015, disponível no site do Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês).
Um segundo caso foi o do cientista americano Brian Foy, em 2008. Ele havia visitado uma região do Senegal afetada por zika e, ao retornar para casa, no Colorado, Estados Unidos, teria infectado sua esposa durante uma relação sexual um dia após seu retorno. Como o mosquito Aedes aegypti não circula na região, a transmissão sexual seria a única explicação plausível.
Camisinha – O Public Health England (Saúde Pública Inglaterra) recomendou que homens que estiveram em locais com registros da doença usem camisinha por 28 dias se sua parceira estiver grávida ou tentando engravidar. Já o homem que teve sintomas de zika ou o vírus confirmado em exames laboratoriais deve evitar sexo sem proteção por seis meses.