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Tic-tac do Rolex aumenta o ritmo para prisão de Bolsonaro

Um tal presidente de proveta deixou o poder, mas ainda “porveta” do dinheirinho suado de seus seguidores do tipo Maria vai com as outras. Não tenho nada contra, pois cada um dá o que tem ou o que pode. Eu nunca dei, não dou e prometi às filhas e netos que morrerei sem dar. Deus me livre. Metáforas à parte, permito-me discordar do deputado estilo lorde de barbearia Marco Feliciano (PL-SP), para quem todo simpatizante da esquerda é um potencial comunista. Pergunto ao nobre parlamentar assoberbado com os afazeres da igreja arrecadadora que representa: E quem vive nababescamente e ricamente se elege com o dindim dos pobres coitados que ainda acreditam nas baboseiras religiosas dos pastores engalanados?

Incluindo o santo do pau oco, seriam estes obreiros de Deus, enganadores do povo ou (só para rimar com comunistas) apenas oportunistas? Seja lá como se autodenominam os simpatizantes do árduo trabalho de convencer ingênuos, os críticos de quem é menos besta não estão nem aí para os que sofrem. É o mais famoso conceito de dicotomia do ser humano. Como a noite e o dia, aquele presidente, seus pastores e, principalmente, as ovelhas ainda desgarradas, se arvoram na defesa do bem, mas não conseguem deixar de fazer o mal. Um dos recentes exemplos foi a bolada de dinheiro arrecadada, via PIX, por sua (ex)celência.

Sem ruborização subliminar, o próprio moço anunciou ter recebido de dízimo R$ 17 milhões para, segundo ele, gastar com pastel e caldo de cana na Rodoviária do Plano Piloto. Para os despreocupados, o valor é oito vezes maior do que ele informou ter acumulado em patrimônio. Os oportunistas não querem saber, mas os comunistas estão preocupados com o abandono de idosos, cujo percentual aumentou 855%. Pesquisas indicam que o Brasil registra hoje 79% dos casos de dengue nas américas, que o quantitativo de famintos já chega a 33 milhões e que a desigualdade social cresce mais do que capim no roçado dos que contribuíram com o presidente de proveta.

Por essas e outras razões, não me canso de lembrar da imagem do senador bolsonarista chorando publicamente pela prisão dos golpistas de 8 de janeiro. Chorou, mas não convenceu sequer os crocodilos que o ajudaram a secar as falsas lágrimas. Talvez eles tenham voltado no tempo e se lembraram da pandemia, quando, então ministro de Estado, o mesmo senador foi incapaz de derramar uma mísera lágrima pelos mais de 700 mil mortos pela Covid 19. Será que ele esqueceu que já foi eleito e, portanto, não precisa mais incorporar o personagem que o levou ao Senado Federal? Provavelmente, sim.

Se depender dos parlamentares fundamentalistas e dos seguidores metidos a talibãs, o pior ainda está por vir. Esse povaréu “porveitador” agora quer que o Estado brasileiro garanta uma “reparação integral” aos golpistas detidos depois de terem participado, no dia 8 de janeiro, da invasão das sedes dos Três Poderes, em Brasília. O pedido faz parte de uma petição enviada por deputados e senadores apaixonados pelo “mito” ao Comitê de Direitos Humanos da ONU, denunciando violações cometidas contra 1,5 mil pessoas presas. Parece brincadeira de congressista que não tem o que fazer ou pensar.

Se tivessem, em lugar de rotular o pessoal que ama odiar bolsonarista, estariam trabalhando para combater o terrorismo que ajudaram a criar, que alguns financiam e outros até lideram. Brincadeiras também à parte, o mais curioso é que o grupo de parlamentares preocupados com a saúde mental dos vândalos passou dias em Nova York para entregar a petição. Porém, a sede do Comitê da ONU fica em Genebra. Erro de endereço ou somente mais uma das mil e uma manjadas histórias para boi dormir? Pelo sim, pelo não, prefiro um papo reto: Só dou o dízimo, o PIX ou o precioso Rolex no dia em que o “mito” mugir. Sobre o Rolex, a propósito, o tic-tac dos ponteiros está cada vez mais rápido. E quando for chegada a hora certa, o mito vai parar na prisão.

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