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Mundo espiritual

Todo rio deságua no mar, e você é um oceano

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Autor/Imagem:
Leandro José Severgnini - Foto Divulgação

Há uma questão essencial que devemos compreender sobre nós mesmos para favorecer o nosso processo de evolução espiritual: A questão é estarmos cientes de nossa natureza divina! Como compreender isso? A dificuldade de conscientização deste fato ocorre porque estamos vivendo uma experiência limitante e condicionadora.

Estamos habituados a acreditar somente naquilo que pode ser processado pelos sentidos físicos, tudo o que escapa à estas percepções são muitas vezes consideradas como fanatismo ou alucinação. Mas o ser humano está deixando para trás uma importante peça do quebra-cabeça, a nossa consciência. De onde vem a consciência? Será que ela é resultado das percepções captadas pelos cinco sentidos básicos? Se for, estaríamos excluindo a possibilidade de que a consciência possa existir em muitos outros níveis mais sutis do que o material.

Tomando por base a ideia de que a consciência é multidimensional, torna-se possível compreender porque inúmeros indivíduos afirmavam que a vida continua mesmo após a morte do corpo físico; talvez os mais conhecidos sejam Jesus, Buda, Lao-Tsé, entre outros. Alguns podem perguntar por que esses seres atingiram a plena consciência espiritual, enquanto a maioria continua vivendo a vida material sem alcançar qualquer vestígio de percepção da grande realidade espiritual? A resposta é o grau de evolução que estes seres alcançaram dentro da evolução cósmica; evolução esta, que não foi alcançada da noite para o dia, mas sim, através de milênios de evolução.

Note que aqui precisamos abandonar a visão de que a vida esteja circunscrita ao período entre a gestação e a morte do corpo. A vida é muito mais do que isso, a vida vai além de qualquer tentativa de racionalização sobre os processos químicos e físicos que a ciência pretende. A vida na verdade, poderia ser chamada de Deus, pois não existe outra realidade além da Vida Cósmica Multidimensional, ou seja, ela está manifestada em tudo o que vemos e o que não vemos, nesta dimensão e em infinitas outras.

O processo de evolução cósmica pode ser acanhadamente compreendido se compararmos ao sábio ciclo das águas de um rio. Sabemos que todos os rios tiveram origem no Grande Oceano (aqui comparado ao Cosmos). É óbvio que após sair da grande fonte oceânica, cada rio (individuo) vai seguir um percurso diferente, passar por lugares diferentes. Mas um dia ele terá de voltar à sua fonte, a sua verdadeira origem que é justamente onde todas as águas se fundem, onde o “Rio A” deixa de ser o que era para se fundir a todos os outros rios.

Assim é com a nossa consciência. Hoje ela está seguindo seu curso de modo individualizado, compartilhando vida em cada lugar onde passa. Mas cedo ou tarde será preciso abandonar o apego ao nosso rio, para nos fundirmos com o grande oceano de outras consciências que também cumpriram o seu papel e então, seremos um só. Isto é o que os antigos mestres orientais chamam de Consciência Oceânica. É quando procuramos nos desprender de todo apego e nos devotamos ao cultivo do sentimento de unidade; quando deixamos de lado o orgulho e a vaidade que nos prendem à falsa noção de que somos um rio e, assim, abraçamos a oportunidade para nos tornar um com o grande oceano da vida.

Minha recomendação é: Deixe de ser um rio, deixe de lado o individualismo e o egoísmo e torne-se um oceano. Não precisa fazer muito para que isso se suceda, pois é inevitável que cada rio um dia deságue no oceano. Nosso papel é não dificultar isso. Podemos apenas permitir que as coisas fluam da forma certa, na hora certa segundo a vontade da vida.

E por não entendermos que a vida material é apenas um meio e não um fim em si mesma, acabamos nos apegando às circunstâncias que aqui existem. Para abandonarmos isso precisamos de paciência, perseverança e muito amor próprio, pois são milênios e inúmeras encarnações de condicionamento. Hoje precisamos fazer o caminho inverso, o do descondicionamento e, para isso, nada melhor do que o estudo, a meditação e a prática do amor desapegado.

Desejo a todos uma linda jornada rumo ao Oceano.

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