Pré-matrimônio
Toffoli e Ibaneis discutem segredo de justiça em segredo
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emO presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, e o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), se reuniram extra-agenda no final da tarde da segunda, 20, no STF. Entre os assuntos supostamente tratados, uma ação que corre em segredo de justiça.
A reunião foi encaixada de última hora na apertada agenda de Toffoli. Um conceituado advogado de Brasília que presenciou o desembarque de Ibaneis, estranhou a reunião.
“A chegada do governador foi iluminada pelos raios do Sol que se punha a Oeste da Praça dos Três Poderes”, disse a testemunha ocular, em tom poético. Esse advogado manifestou-se surpreso, mesmo porque, afirmou, preparava-se para seguir, como convidado, para a comunidade de Vicente Pires, onde o governador teria uma reunião programada – e transferida sem aviso prévio – com moradores do local.
A conversa entre Toffoli e Ibaneis, especula-se nos meios jurídicos, teria girado em torno de um processo de improbidade administrativa que tramita no Superior Tribunal de Justiça. São partes o ex-deputado Alírio Neto, a ex-servidora da Câmara Legislativa Roberta Gurgel (esposa de Toffoli) e o próprio Ibaneis.
“Falta transparência. Se o assunto foi realmente o processo por improbidade, alguém precisa se explicar. Até porque, a questão é da alçada do STJ, e não do STF”, comentou nesta terça, 21, o advogado que registrou a chegada de Ibaneis ao Supremo no dia anterior.
Alírio Neto, quando era presidente da Câmara Legislativa, atribuiu à então assessora Roberta Gurgel, a responsabilidade por atos que desencadearam em processo movido pelo Ministério Público. Ele foi acusado de abusar da criação de cargos comissionados na estrutura do Poder Legislativo brasiliense.
No STJ, o ex-deputado foi condenado a pagar o equivalente a seis salários recebidos à época da ação. Alírio foi adversário de Ibaneis Rocha nas eleições de outubro último. Derrotado, virou diretor-geral do Departamento de Trânsito de Brasília, cargo que ocupa desde a semana passada.
Para o advogado que se diz incrédulo com a ida do governador ao STF na segunda-feira, há questões pouco republicanas que devem ser esclarecidas: 1) por que Ibaneis Rocha e Dias Toffoli fizeram reunião às escondidas? 2) o que teria sido negociado/conversado entre as duas autoridades?
Procuradas, as assessorias de Imprensa do Supremo Tribunal Federal e do Palácio do Buriti não haviam se manifestado até a edição deste texto.