Tomie Ohtake, rainha das artes, morre aos 101 em SP
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emA artista plástica Tomie Ohtake, conhecida por sua vasta contribuição à arte contemporânea no Brasil, faleceu em São Paulo, aos 101 anos. Tomie estava internada no Hospital Sírio-Libanês tratando de uma pneumonia. No último dia 10, no entanto, ela foi encaminhada à UTI, após sofrer uma parada cardíaca.
Pelo Facebook, o Instituto Tomie Ohtake, um dos centros culturais mais relevantes da cidade, lamentou a perda de sua criadora. “É com grande tristeza que o Instituto Tomie Ohtake comunica o falecimento da nossa querida patrona, Tomie Ohtake. O velório será realizado amanhã, dia 13 de fevereiro, no Instituto Tomie Ohtake, de 8:00 às 14:00 horas, localizado na Rua Coropés n. 88, no bairro de Pinheiros, São Paulo. Agradecemos todas as manifestações carinhosas recebidas”.
Nascida em Quioto, em 1913, a artista foi naturalizada brasileira depois de visitar o País e não conseguir voltar ao Japão. Suas obras se misturam à história da arte contemporânea brasileira e foram feitas ao longo de 50 anos de carreira. Ela é mãe do arquiteto Ruy Ohtake, criador de construções famosas por seu aspecto moderno, como o Hotel Unique, o Terminal Sacomã e o Ohtake Cultural, todos em São Paulo.
Educada para ser dona de casa, ela começou a pintar aos 40 anos, depois de criar os dois filhos, e transformou-se em unanimidade internacional entre colegas e críticos de sua profissão. Na década de 60, já instalada no Brasil e casada com com o engenheiro agrônomo Oshio Ohtake, Tomie foi seduzida pela arte abstrata e viu sua carreira dar um salto depois de ser convidada para mostrar suas obras na Bienal Internacional de São Paulo.
Ao longo dos anos, a artista passou a ser conhecia como a primeira dama das artes no Brasil, assumindo o posto que antes era de Tarsila do Amaral. Entre suas criações mais famosas estão as esculturas no MASP, em São Paulo, da orla de Santos e da obra comemorativa de 80 anos de imigraçao japonesa na Av. 23 de Maio.